Marisa Lajolo

Marisa Lajolo miniaturadaimagem|Marisa Lajolo Marisa Philbert Lajolo (São Paulo, 9 de maio de 1944) é uma ensaísta, crítica literária, escritora e professora universitária brasileira.

Nasceu em Santos (São Paulo), onde fez sua formação inicial no Instituto de Educação Canadá. Em 1962, ingressou no curso de Letras, na Faculdade de Filosofia, da Universidade de São Paulo, que ainda funcionava na memorável rua Maria Antônia.

Desde cedo, foi professora. Iniciou sua experiência no Cursinho do Grêmio, que, em 1968, se tornaria o Grupo Educacional Equipe, ao lado de Haquira Osakabe, Carlos Vogt, Berta Waldman e Carlos Felipe, não apenas ministrando aulas, mas elaborando as apostilas que serviam de base aos cursos de literatura e língua portuguesa.   

Em 1969, viajou para os Estados Unidos, onde participou de disciplinas como a de Poética, ministrada por Roman Jakobson, na Brandeis University. Após o retorno ao Brasil, em 1972, prosseguiu sua formação nos cursos de Mestrado e Doutorado, sempre com temas voltados para o ensino de literatura, sob a orientação de Antonio Candido. Em sua dissertação, examinou o ensino de literatura no que, à época, se chama Segundo Grau, e em sua tese, analisou a obra infantil de Olavo Bilac. Com o título ''Usos e abusos da literatura na escola: Bilac e a literatura escolar na República Velha'', a tese de doutorado foi publicada pela Editora Globo, em 1982.

Em 1979, tornou-se docente no Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas, onde, em 1991, tornou-se professora titular na área de História e Historiografia Literárias. Aposentou-se em 2005 e, em seguida, passou a lecionar na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Além de livros e artigos acadêmicos, escreve com regularidade para jornais e revistas de ampla circulação, e tem vasta produção de textos didáticos ou paradidáticos.

Ao longo de sua carreira, sempre teve interesse em discutir grandes temas dos estudos literários como "o que é literatura?", "existe uma literariedade imanente a alguns textos?", "qual é o papel da leitura na sociedade brasileira?", "como se deve ensinar literatura?".

Alguns de seus livros mais conhecidos encaram de frente essas questões, com destaque para ''O que é literatura'', lançado em 1984. O livro recebeu dezenas de edições até sua versão revista e ampliada, publicada em 2018, com o título ''Literatura: ontem, hoje, amanhã.'' Em parceria com Regina Zilberman, escreveu outras obras de sucesso como ''Literatura infantil brasileira: história e histórias'', publicado pela primeira vez, em 1984, e ''Um Brasil para crianças: histórias, autores e textos'', em 1989.

É grande especialista na obra de Monteiro Lobato, sobre a qual escreveu vários ensaios e livros, entre eles ''Monteiro Lobato: a modernidade do contra'' (1985), ''Monteiro Lobato, livro a livro: obra adulta'', organizado em parceria com José Luiz Ceccantini (2008) e  ''Monteiro Lobato, livro a livro: obra adu''lta (2014). Em parceria com Lilia Schwarcz escreveu uma biografia de Lobato para crianças, intitulada ''Reinações de Monteiro Lobato: uma biografia'' (2019). miniaturadaimagem|Marisa Lajolo e Antonio Candido Dedicou-se, também, à história do livro e da leitura no Brasil, desenvolvendo a ideia de Antonio Candido sobre um "sistema literário" apoiado na tríade autor - obra - público. Em seus livros, escritos em parceria com Regina Zilberman, examinou questões sobre a profissionalização dos escritores, as relações entre autores e editores, as instituições dedicadas à cultura letrada, as formas de publicação no Brasil, entre outras. Esses temas foram desenvolvidos em  ''A leitura rarefeita'' (1991), ''A formação da leitura no Brasil'' (1996), ''O Preço da Leitura. Leis e Números por Detrás das Letras'' (2001).

Teve também passagens pela política e gestão. Entre 1987 e 1991, foi Diretora Associada do Instituto de Estudos da Linguagem (Unicamp).  Em 2009, foi nomeada Secretária de Educação do Município de Atibaia, recebendo, no mesmo ano, uma Moção de Congratulações da Câmara Municipal de Atibaia por sua atuação. Entre 2014 e 2017, foi curadora do Prêmio Jabuti e, em 2015, foi eleita para a Academia Paulista de Educação.

É também autora de obras de ficção. Estreou com ''Destino em aberto'' (2002), romance que tematiza a trajetória de dois rapazes e aborda questões como violência e sexualidade, trabalho infantil e papel da arte no mundo contemporâneo. ''Gonçalves Dias - o poeta do exílio'' (2011) é uma biografia romanceada do poeta, destinada ao público juvenil, assim como seu primeiro livro. Mais recentemente, publicou uma narrativa para crianças, intitulada ''A irmã de Angelina'' (2023), que trata dos ciúmes infantis e das relações entre irmãs.  Seu conto  “Fernando Pessoa, meu caro Watson”, foi premiado no concurso de Contos da Unicamp, em 2006.  

É casada com Franco Lajolo desde 1972, tem duas filhas, Paula e Camila, e uma neta, Júlia. Ela própria se define, em ''Como e por que ler o romance brasileiro'' (2004):  

"Sou eu, Marisa Lajolo, professora titular de literatura da Unicamp. Antes de mais nada, porém, leitora fiel de romances. Finos ou grossos, com ou sem happy end, brasileiros ou não brasileiros. [...] muito mais os brasileiros. Afinal, os ingleses são ótimos, mas... são ingleses, for ''God's sake''! Neles ninguém anda de jangada, faz oferendas a Iemanjá nem beija de tirar o fôlego na esquina da avenida Ipiranga com a São João" (p. 13) Fornecido pela Wikipedia
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