Efeitos da ingestão de inibidores de proteases de sementes de algaroba (prosopis juliflora) sobre diversos órgãos e tecidos animais/
Resumo:A algaroba (P. juliflora) é uma xerófita de grande importância para a população de baixa renda da região nordeste do Brasil, onde se constitui numa das fontes alimentares (ricas em proteínas e carboidratos) não só para animais como também para o homem. Visando a própria sobrevivência frente a...
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Algaroba, Prosopis juliflora - Inibidores de proteases - Dissertação. Algarona, Prosopis juliflora - Efeitos de ingestão - Animais - Dissertação. Galvão, Dennyura Oliveira Negreiros, André Newton do Monte. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Efeitos da ingestão de inibidores de proteases de sementes de algaroba (prosopis juliflora) sobre diversos órgãos e tecidos animais/ |
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Resumo:A algaroba (P. juliflora) é uma xerófita de grande importância para a população de baixa renda da região nordeste do Brasil, onde se constitui numa das fontes alimentares (ricas em proteínas e carboidratos) não só para animais como também para o homem. Visando a própria sobrevivência frente as condições adversas que causam escassez de alimento, essa vagem, juntamente com a semente, vem sendo cada vez mais utilizada durante os períodos de seca. A semente de algaroba possui uma variedade de inibidores de enzimas digestivas que foram purificados e caracterizados como foi demonstrado em trabalhos anteriores, publicados por professores do Departamento de Bioquímica da UFRN. Apesar dos resultados satisfatórios obtidos anteriormente com a farinha da vagem de algaroba pré-cozida utilizada como alimento (NPR 2,6), faz-se necessário, verificar os efeitos desses inibidores sobre diversos órgãos, em situações onde os animais ingerem essas biomoléculas em elevadas concentrações e sem inativação previa. Para isso foram realizados ensaios biológicos, durante 10 dias, utilizando como cobaias ratos Wistar, com 23 dias de nascidos, divididos em 6 grupos, cada grupo constituído de três animais. Os ratos foram alimentados com dietas a base de algaroba, dietas controles com 10% de proteínas e dietas testes (I e II) também com 10% de proteínas, sendo que 1,5 e 0,5% desse total protéico, respectivamente, eram constituídos de inibidores de enzimas digestivas. Após estes períodos os animais foram sacrificados, seus órgãos digestivos retirados, pesados e submetidos a exames histopatológicos. Os ratos alimentados com dietas testes I e II e com algaroba apresentaram sintomas de: baixo crescimento, perda de pêlos, dor, fezes com secreção, stress, agitação, além do quadro de desnutrição semelhante ao Kwhashiorkor. Foram detectadas ainda alterações histopatológicas no duodeno, íleo, fígado e baço. Os ratos alimentados com dieta a base de algaroba apresentaram vilosidade duodenais bastante edemaciadas. O grupo que recebeu dieta com 1,5% de inibidores apresentou também edema de vilosidade, no íleo. Os ratos que receberam as dietas testes I e II, dieta com algaroba e dieta controle referente quantitativamente aos grupos testes I e II, apresentam fígado congesto e com vacuolizações, nas quais as realizações dos PAS comprovou não serem glicogênio. O baço apresentou congestão da polpa vermelha e coloração bastante escurecida. O fígado também apresentou congestão e vacuolizações; e o duodeno apresentou discreto endema nas vilosidades. Pode-se concluir que os inibidores de enzimas digestivas presentes nas sementes de algaroba, reconhecidamente fatores antinutricionais, podem comprometer órgãos importantes para o metabolismo, como o fígado, bem como órgãos importantes, como o íleo para manutenção de uma nutrição adequada através de absorção satisfatória de nutrientes. Além disso, a própria farinha da vagem da algaroba, embora contendo quantidades significativas de proteínas e carboidratos, é potencialmente capaz de assegurar um ganho de peso, e deixar seqüelas orgânicas comprometendo o baço, fígado e duodeno. O uso da farinha de algaroba, para humanos, deve, portanto, ser cauteloso, pelo menos quanto a utilização por longos períodos.
#$&Abstract:The algaroba (Prosopis juliflora) is an important protein and carbohydrates source. During the scarce rain fall time the poor population, in the semi-arid region from Northeast of Brazil, uses this xerophytes as a very important food source. The Prosospis juliflora seeds have a variety of digestive enzymes inhibitors, some of them we have been isolated and characterized (Negreiros, 1991, 1992, 1994, 2000). Although we have obtained good response, according to the Net Protein Retention assay (NPR), using the algaroba flour (NPR 2.6), ingestion of high concentrations of this inhibitors maybe cause deleterious effects in animals at level of tissues and organs. In order to verify this hypothesis, we made biological assays during the period of ten days using diets containing different levels of digestive enzymes inhibitors from algaroba seeds. We used Wistar rats 23 days old, which were divided into 8 groups with 6 animals each group. These animals were fed with test diet containing algaroba flour with the normal inhibitor levels and 10% of total protein, test diet (I and II) with 10% of total protein and containing 1.5 and 0.5% of algaroba digestible enzyme inhibitors, respectively, besides control diet containing 10% of total protein form casein without algaroba digestible enzyme inhibitors. After 10 days these animals were killed and clinical metabolic and histopathologic studies were done. The animals, which ingested diets II and I algarroba, showed a diminished growth, coat loss, pain, increase in mucous secretion on faeces, stress, besides malnutrition Kwashiorkor-like profile. Rats fed with diets containing algaroba showed histopathologic alterations in the in duodenum, ileum, liver and spleen. There was growth and discrete swelling in villous duodenum. At the spleen level, we detected low growth, a very dark color and congestion on red pulp after eosin/haematoxylin stained. The diets I, containing 1,5% of inhibitors was associated with swallowing in the villous at the ileum level. Diets I and II, containing 1,5% and 0.5% of inhibitors, respectively, show at the liver effects as low growth, congestion and morphological changes and vacuolization, that after the PAS method showed do not be glycogen. We concluded that enzyme inhibitors and another unexpected and undetected factor present on algaroba pod, compromise important organs to the metabolism and nutrients absorption. These anti-nutritional factors could compromise liver, spleen, ileum and duodenum permanently, affecting the normal functions of these organs. The use of algaroba flour must be made with caution, at lest when used for a long periods. |
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Galvão, Dennyura Oliveira Negreiros, André Newton do Monte. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. |
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A semente de algaroba possui uma variedade de inibidores de enzimas digestivas que foram purificados e caracterizados como foi demonstrado em trabalhos anteriores, publicados por professores do Departamento de Bioquímica da UFRN. Apesar dos resultados satisfatórios obtidos anteriormente com a farinha da vagem de algaroba pré-cozida utilizada como alimento (NPR 2,6), faz-se necessário, verificar os efeitos desses inibidores sobre diversos órgãos, em situações onde os animais ingerem essas biomoléculas em elevadas concentrações e sem inativação previa. Para isso foram realizados ensaios biológicos, durante 10 dias, utilizando como cobaias ratos Wistar, com 23 dias de nascidos, divididos em 6 grupos, cada grupo constituído de três animais. Os ratos foram alimentados com dietas a base de algaroba, dietas controles com 10% de proteínas e dietas testes (I e II) também com 10% de proteínas, sendo que 1,5 e 0,5% desse total protéico, respectivamente, eram constituídos de inibidores de enzimas digestivas. Após estes períodos os animais foram sacrificados, seus órgãos digestivos retirados, pesados e submetidos a exames histopatológicos. Os ratos alimentados com dietas testes I e II e com algaroba apresentaram sintomas de: baixo crescimento, perda de pêlos, dor, fezes com secreção, stress, agitação, além do quadro de desnutrição semelhante ao Kwhashiorkor. Foram detectadas ainda alterações histopatológicas no duodeno, íleo, fígado e baço. Os ratos alimentados com dieta a base de algaroba apresentaram vilosidade duodenais bastante edemaciadas. O grupo que recebeu dieta com 1,5% de inibidores apresentou também edema de vilosidade, no íleo. Os ratos que receberam as dietas testes I e II, dieta com algaroba e dieta controle referente quantitativamente aos grupos testes I e II, apresentam fígado congesto e com vacuolizações, nas quais as realizações dos PAS comprovou não serem glicogênio. O baço apresentou congestão da polpa vermelha e coloração bastante escurecida. O fígado também apresentou congestão e vacuolizações; e o duodeno apresentou discreto endema nas vilosidades. Pode-se concluir que os inibidores de enzimas digestivas presentes nas sementes de algaroba, reconhecidamente fatores antinutricionais, podem comprometer órgãos importantes para o metabolismo, como o fígado, bem como órgãos importantes, como o íleo para manutenção de uma nutrição adequada através de absorção satisfatória de nutrientes. Além disso, a própria farinha da vagem da algaroba, embora contendo quantidades significativas de proteínas e carboidratos, é potencialmente capaz de assegurar um ganho de peso, e deixar seqüelas orgânicas comprometendo o baço, fígado e duodeno. O uso da farinha de algaroba, para humanos, deve, portanto, ser cauteloso, pelo menos quanto a utilização por longos períodos. #$&Abstract:The algaroba (Prosopis juliflora) is an important protein and carbohydrates source. During the scarce rain fall time the poor population, in the semi-arid region from Northeast of Brazil, uses this xerophytes as a very important food source. The Prosospis juliflora seeds have a variety of digestive enzymes inhibitors, some of them we have been isolated and characterized (Negreiros, 1991, 1992, 1994, 2000). Although we have obtained good response, according to the Net Protein Retention assay (NPR), using the algaroba flour (NPR 2.6), ingestion of high concentrations of this inhibitors maybe cause deleterious effects in animals at level of tissues and organs. In order to verify this hypothesis, we made biological assays during the period of ten days using diets containing different levels of digestive enzymes inhibitors from algaroba seeds. We used Wistar rats 23 days old, which were divided into 8 groups with 6 animals each group. These animals were fed with test diet containing algaroba flour with the normal inhibitor levels and 10% of total protein, test diet (I and II) with 10% of total protein and containing 1.5 and 0.5% of algaroba digestible enzyme inhibitors, respectively, besides control diet containing 10% of total protein form casein without algaroba digestible enzyme inhibitors. After 10 days these animals were killed and clinical metabolic and histopathologic studies were done. The animals, which ingested diets II and I algarroba, showed a diminished growth, coat loss, pain, increase in mucous secretion on faeces, stress, besides malnutrition Kwashiorkor-like profile. Rats fed with diets containing algaroba showed histopathologic alterations in the in duodenum, ileum, liver and spleen. There was growth and discrete swelling in villous duodenum. At the spleen level, we detected low growth, a very dark color and congestion on red pulp after eosin/haematoxylin stained. The diets I, containing 1,5% of inhibitors was associated with swallowing in the villous at the ileum level. Diets I and II, containing 1,5% and 0.5% of inhibitors, respectively, show at the liver effects as low growth, congestion and morphological changes and vacuolization, that after the PAS method showed do not be glycogen. We concluded that enzyme inhibitors and another unexpected and undetected factor present on algaroba pod, compromise important organs to the metabolism and nutrients absorption. These anti-nutritional factors could compromise liver, spleen, ileum and duodenum permanently, affecting the normal functions of these organs. The use of algaroba flour must be made with caution, at lest when used for a long periods. 1 2022-10-05T10:28:13Z 2022-10-05T10:28:13Z 2002. Dissertação 582.737 G182e DISSERT 37413 https://app.bczm.ufrn.br/home/#/item/37413 https://app.bczm.ufrn.br/home/#/item/37413 |