O conceito de cultura e a apreensão da historicidade na 4. série /

Esta tese resulta da elaboração, aplicação e análise de uma Proposta de Ensino para a disciplina História, nucleada pelo conceito de cultura, numa turma de 4ª série de uma escola pública. A partir da ampla dimensão antropológica, abstraiu-se, para tal conceito, um equivalente didático, relacionado à...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Andrade, João Maria Valença, Ferreira, Maria Salonilde.
Formato: Tese
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Resumo:Esta tese resulta da elaboração, aplicação e análise de uma Proposta de Ensino para a disciplina História, nucleada pelo conceito de cultura, numa turma de 4ª série de uma escola pública. A partir da ampla dimensão antropológica, abstraiu-se, para tal conceito, um equivalente didático, relacionado à concepção de história enquanto as formas do ser humano socialmente produzir sua existência. A concepção de aprendizagem adotada, segundo a centralidade do problema da internalização dos conceitos sistematizados na escola, tem por principal referência, o interacionismo simbólico proposto na obra de Lev Vygotsky. Os métodos e técnicas relativos à inserção e à postura do pesquisador no universo do estudo, o configuraram como uma pesquisa qualitativa de natureza etnográfica. A implementação do trabalho implicou na parceria com uma professora. Ao seu lado, foi definida a execução da Proposta de Ensino. As enunciações verbais e gráficas dos alunos, produzidas no contexto de situações de aprendizagem interativas e mediadas, compõem o parâmetro para averiguar a evolução do seu processo de internalização do conceito didático de cultura, aplicado à produção do conhecimento histórico escolar. Este, opera como a grande fonte de material cognitivo para a elaboração conceitual. Constata-se, de início, a manifestação do conceito espontâneo, na qual, algumas vezes, a um atributo ou propriedade do conceito, é outorgado um grau de generalidade tal que, considerado como um sinônimo, chega a confundir-se com o próprio conceito.#$&Ultrapassando as noções iniciais, difusas e dispersas, as crianças, aos poucos, passam a empregá-lo com um domínio mais preciso. Transcorrida a intervenção, observa-se que o significado do conceito de cultura assume, gradativamente, níveis mais generalizantes, sendo elaboradas abstrações em que algumas das suas propriedades essenciais adquirem contornos mais nítidos. Isso faculta aos sujeitos a possibilidade de operar com generalizações cada vez mais independentes de qualquer caráter isolante. Torna-se predominante o significado, geral e abrangente, de cultura como tudo que o ser humano faz . A forma incipiente de sistematização com que as crianças passam a enunciá-lo e empregá-lo, se evidencia na medida em que elas se tornam capazes de perceber que a concretude desse fazer se constitui em particularidades, nas quais se pode identificar a generalidade. Se, por um lado, é duvidoso afirmar que as crianças conquistaram o pleno domínio do conceito de cultura e das relações que se estabelecem entre ele e a noção de historicidade, por outro lado, se faz perceptível uma evolução qualitativa, tanto no seu processo de elaboração conceitual, quanto na sua compreensão do processo histórico.