Domingos Caldas Barbosa
![Domingos Caldas Barbosa](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b6/O_Beneficiado._Domingos_Caldas_Barboza_%28Lereno_Selinuntino%29._Fallecido_em_1800.jpg)
Filho de um português com uma mulher angolana escravizada, estudou quando menino no Colégio dos Jesuítas, mas em 1760, já na idade militar, partiu para a Colônia do Sacramento como soldado.
Foi enviado para Portugal em 1763, para estudar em Coimbra. Posteriormente, em Lisboa, celebrizou-se pelas trovas improvisadas ao som da sua viola de cordas de arame. Suas composições estão reunidas no livro ''Viola de Lereno'', publicado em 1798, sob o pseudônimo de Lereno Selinuntino.
Em Lisboa, teve uma vida de padre mundano e, ao mesmo tempo, de músico popular, animando assembleias burguesas, salões fidalgos e até serões do Paço Real. Fez sucesso a partir da década de 1770 na corte da rainha D. Maria I de Portugal. Em pouco tempo, a modinha tipicamente brasileira passaria por transformações e ganharia ares de música erudita nas cortes portuguesas.
Em sua poesia tratou das peculiaridades afetivas do povo brasileiro, distinguindo-as das dos portugueses. Aproximou-se assim de temas românticos, ainda que de maneira não tão profunda e por este motivo sofreu muitas críticas de eruditos portugueses contemporâneos, como Felinto Elísio, Nicolau Tolentino, Bocage e António Ribeiro dos Santos, que chegou a dizer que não conhecia "''poeta mais prejudicial à educação[...] do que este trovador de Vênus e Cupido: a tafularia do amor, a meiguice do Brasil e em geral a moleza americana, que faz o caráter das suas trovas, respiram os ares voluptuosos de Pafus e Cítara, e encantam com venenosos filtros a fantasia dos moços e o coração das damas''".
Faleceu no dia 9 de novembro de 1800, em Lisboa, no Palácio Pombeiro, do seu amigo D. José Luís de Vasconcelos e Sousa, Conde de Pombeiro, situado nas imediações do Palácio da Bemposta.
É o patrono da cadeira nº 3 da Academia Brasileira de Música.
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