Entre a instrumentalização de subjetividades e estratégias de resistência: um estudo de caso sobre a circulação das emoções nas dinâmicas de trabalho em uma empresa de call center da Região Metropolitana de Natal-RN

A emergência sanitária causada pela Covid-19 foi reconhecida como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março de 2020. A partir de então, as medidas adotadas por diversos países na tentativa de conter a crise ocasionou diversas mudanças nos arranjos sociais impactando, especialmente, a...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Batista, Liana
Outros Autores: Araújo, Anna Bárbara
Formato: bachelorThesis
Idioma:pt_BR
Publicado em: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Assuntos:
Endereço do item:https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49470
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Descrição
Resumo:A emergência sanitária causada pela Covid-19 foi reconhecida como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março de 2020. A partir de então, as medidas adotadas por diversos países na tentativa de conter a crise ocasionou diversas mudanças nos arranjos sociais impactando, especialmente, as dinâmicas trabalhistas. Em minha dissertação de mestrado, defendida em agosto de 2021, analisei os impactos que o trabalho remoto adotado no período trouxe para um grupo de 9 mulheres e 4 homens que trabalham em uma empresa de call center da região metropolitana de Natal-RN. Por meio de um estudo de caso feito com abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevistas semi estruturadas foram avaliados os discursos e as condições materiais envolvidas na transferência do trabalho para a casa desses sujeitos no intuito de demonstrar que a adoção do modelo home office constituiu-se como mais uma etapa da crescente precarização do trabalho no Brasil. Neste Trabalho de Conclusão de Curso proponho retomar os dados daquela pesquisa e analisar aspectos complementares do estudo priorizando aspectos emocionais e socioafetivos relacionados à saúde mental dos indivíduos por tratarem-se de aspectos igualmente relevantes em suas experiência de trabalho. Serão acionados os conceitos de capitalismo afetivo de Eva Illouz (2001) e trabalho emocional de Arlie Russell Hochschild (1983) na análise das estratégias da empresa para a instrumentalização da dimensão afetiva e a capitalização das emoções das trabalhadoras em nome de uma produtividade incessante, assim como das consequências dessas políticas para a saúde mental dos sujeitos. Essa interlocução teórica será complementada com os estudos de Michael Hardt (2003), Christophe Dejours (1992), Veronica Gago (2018), Nicolas Wasser (2015) e Ruy Braga (2014). O foco do estudo é investigar como se deu o enfrentamento dos sujeitos da pesquisa à exploração neoliberal de suas dimensões emocionais e socioafetivas tanto durante o período de trabalho presencial quanto a partir da chegada da pandemia de Covid-19 e a consequente adoção do modelo home office.