Do informal ao institucional na interação socioestatal: a trajetória da Federação dos Bacamarteiros de Pernambuco
Num contexto em que as sociedades civis constroem formas diversas de interagir com o Estado, os arranjos informais comportam importantes estratégias para o processo de articulação das organizações e movimentos sociais, sobretudo nos microterritórios. Nada obstante, a questão da informalidade expõe r...
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Formato: | Dissertação |
Idioma: | pt_BR |
Publicado em: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Assuntos: | |
Endereço do item: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/41537 |
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Resumo: | Num contexto em que as sociedades civis constroem formas diversas de interagir
com o Estado, os arranjos informais comportam importantes estratégias para o
processo de articulação das organizações e movimentos sociais, sobretudo nos
microterritórios. Nada obstante, a questão da informalidade expõe repertórios que
não passam pelas regras por meio das quais operam as instituições e, na maioria
dos casos, são excluídos da análise por serem consideradas estratégias clientelistas
e identificadas como pouco transparentes e democráticas. Diante desse contexto, o
presente estudo analisa, numa abordagem sobre permeabilidade estatal
(MARQUES, 1999) e mecanismos intervenientes na interação socioestatal
(LAVALLE; CARLOS; DOWBOR; SZWAKO, 2018), a t rajetória da Federação dos
Bacamarteiros de Pernambuco (Febape). Por meio da aplicação de entrevistas
semiestruturadas j unto a dirigentes, ex-dirigentes e membros federados, busca-se
compreender de que maneira a dimensão informal permeia os processos de
interação entre a organização e as instituições do Estado e em que medida esta
dimensão é capaz de influenciar processos de formulação de políticas públicas.
Ademais, com base num esforço teórico que conjuga pressupostos do
institucionalismo histórico e da teoria dos novos movimentos sociais, buscou-se
desenvolver um quadro de referência sobre os mecanismos intervenientes nas
interações entre Estado e sociedade e, finalmente, identificar a rede de atores
constituída pela federação no processo de construção de legitimidade dentro e f ora
da institucionalidade. Os resultados do estudo demonstram que a trajetória da
Febape é marcada pela constituição de um arranjo informal com base em relações
pessoais entre dirigentes e burocratas, alicerçadas no compartilhamento de valores
e traços identitários. Nesse sentido, f oi possível observar que estes l aços
contribuíram para t ornar o Estado permeável a interesses externos, possibilitando a
construção de “pontos de acesso” às instituições através da figura do “agente
colaborador interno” e permitindo à uma organização da sociedade civil a
possibilidade de incluir a sua demanda na agenda institucional e influenciar o Estado por dentro. |
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