O santo, o demônio e a besta fera: modernidade e imaginário apocalíptico no sertão do Seridó. Memória e escatologia em Cruzeta/RN (1950-1970)

O avanço da civilização moderno-urbana ocidental capitalista sobre os sertões seridoenses trouxe consigo novos símbolos de cultura até então desconhecidos por seus habitantes que tiveram que ser apreendidos para tornarem-se compreendidos. Neste processo de apropriação si...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Santos, Luciano Aciolli Rodrigues dos
Otros Autores: Baptista, Lyvia Vasconcelos
Formato: bachelorThesis
Lenguaje:pt_BR
Publicado: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Materias:
Acceso en línea:https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/34819
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Descripción
Sumario:O avanço da civilização moderno-urbana ocidental capitalista sobre os sertões seridoenses trouxe consigo novos símbolos de cultura até então desconhecidos por seus habitantes que tiveram que ser apreendidos para tornarem-se compreendidos. Neste processo de apropriação simbólica o imaginário apocalíptico popular, exerceu uma função capital ao fornecer imagens e sentidos que puderam ser aliciados para traduzir este “outro” desconhecido. Em meio a isso, a “memória ativa” desempenhou um papel fundamental tecendo as conexões entre a tradição e a própria experiência do vivido. Utilizando-se deste mecanismo, atuaram os poetas populares e os romeiros do Padre Cícero ao se apropriarem das “novidades da história” a partir deste patrimônio simbólico, colocando-as à maneira de profecia na voz do “Santo Padrinho”. Este processo traduzido na experiência do “choque cultural”, não implicaria no fim ou no enfraquecimento do imaginário religioso tradicional construído em volta das crenças no fim do mundo, mas sim, numa transformação operada no interior dos seus processos de produção. Esta monografia destina-se primeiramente a contribuir com os estudos históricos sobre cultura popular na historiografia brasileira. Como meta primordial, este trabalho consiste em fornecer um estudo acerca do imaginário apocalíptico popular no sertão do Seridó norte-rio-grandense por meio da investigação de como este fora agenciado por uma coletividade de sujeitos para compreender o avanço da modernidade e as transformações sociais fomentadas pelo processo de modernização na região e no município de Cruzeta em particular, entre as décadas de 1950 e 70. Buscando propor uma visão da história a partir da versão da “cultura popular”, nossa pesquisa se baseia sobre memórias e vivências que remetem às experiências vividas por “indivíduos comuns” através da aplicação da metodologia da história oral.