Safi Faye: uma aproximação cinematográfica à História da África

A história do cinema africano teve como ponto de partida as independências que aconteceram em grande parte do continente na década de 1960. Dentro desse contexto de libertação das amarras do colonialismo, surgiram intelectuais que encontraram no cinema uma oportunidade para desmitificar as represent...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Fernandes, Lorrana dos Santos
Outros Autores: Domingos, Susana Isabel Marcelino Guerra
Formato: bachelorThesis
Idioma:pt_BR
Publicado em: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Assuntos:
Endereço do item:https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/34792
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Descrição
Resumo:A história do cinema africano teve como ponto de partida as independências que aconteceram em grande parte do continente na década de 1960. Dentro desse contexto de libertação das amarras do colonialismo, surgiram intelectuais que encontraram no cinema uma oportunidade para desmitificar as representações feitas pelos ocidentais. O cinema de produção africana torna-se então um espaço privilegiado para o surgimento de uma visão singular da história da África, resultado da apropriação e ressignificação do imaginário colonial em narrativas onde o sujeito é o africano. A primeira geração de cineastas, com o senegalense Ousmane Sembène a destacar-se, fixou na tela a luta contra o neocolonialismo e a busca por uma identidade pós-colonial. Houve também os que aplicaram a etnografia ao cinema, como o objeto dessa monografia, Safi Faye. Essa cineasta, diferentemente da primeira geração africana, e do âmbito tradicional do etnocinema, focou seus trabalhos na temática camponesa, e desde logo se empenhou em fazer surgir, pelo cinema, as vozes e as imagens dos que não eram ouvidos ou percebidos. Em seu percurso, Safi Faye se dedicou a trabalhar o cotidiano do seu povo, de etnia Serer, em filmes documentários e de ficção, como é o caso de Mossane (1996). Em Mossane, podemos observar a trama em diálogo com o contexto social de uma aldeia Serer, num enredo em que as paisagens naturais do Senegal são o cenário para por em cena a estrutura social da comunidade, aliada aos elementos da tradição, engendrando, assim, uma obra única e de valor inestimável, para conhecer esse universo tão caro a Safi Faye. Este trabalho pretende, a partir do mapeamento de cenas do filme, conectando-as com entrevistas concedidas pela cineasta, e apoiado em bibliografia crítica selecionada, ir buscando a maneira como Safi Faye tenta dar vida ao imaginário que construiu no enredo fictício a partir de um cotidiano conhecido por ela.