Interações, mecanismos de persistência e coexistência de morcegos nectarívoros e das plantas das quais se alimentam em uma floresta tropical sazonal seca no Nordeste brasileiro

As Florestas Tropicais Sazonais Secas (SDTF, na sigla em inglês), como a Caatinga, são consideradas ambientes adversos devido à sua alta temperatura, chuvas escassas e variáveis, além de restrições sazonais na disponibilidade de recursos hídricos e alimentares. Estas características podem afetar as...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Schmidt, Eugênia de Jesus Cordero
Outros Autores: Venticinque, Eduardo Martins
Formato: doctoralThesis
Idioma:pt_BR
Publicado em: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Assuntos:
Endereço do item:https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29697
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CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA
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Schmidt, Eugênia de Jesus Cordero
Interações, mecanismos de persistência e coexistência de morcegos nectarívoros e das plantas das quais se alimentam em uma floresta tropical sazonal seca no Nordeste brasileiro
description As Florestas Tropicais Sazonais Secas (SDTF, na sigla em inglês), como a Caatinga, são consideradas ambientes adversos devido à sua alta temperatura, chuvas escassas e variáveis, além de restrições sazonais na disponibilidade de recursos hídricos e alimentares. Estas características podem afetar as assembleias de mamíferos e plantas e, portanto, suas histórias de vida. Vários mecanismos de persistência em SDTFs neotropicais têm sido descritos para os morcegos (migração, plasticidade da dieta, diferenças morfológicas, estratégias de forrageamento) e para as plantas (deciduidade, presença de espinhos, fenologia sazonal), todos influenciados pela precipitação e temperatura. Neste doutorado nos aprofundamos na vida de quatro espécies de morcegos nectarívoros: Glossophaga soricina (Phyllostomidae: Glossophaginae), Lonchophylla inexpectata, Lonchophylla mordax e Xeronycteris vieirai (Phyllostomidae: Lonchophyllinae). Descrevemos suas redes de interação com plantas (Capítulo 1), exploramos seus mecanismos de persistência e coexistência ao longo do tempo (Capítulo 2) e, finalmente, exploramos a influência da precipitação e a disponibilidade de recursos de Cactaceae nos padrões de reprodução das espécies de morcegos nectarívoros (Capítulo 3). As coletas de dados em campo foram realizadas em sete localidades do estado do Rio Grande do Norte, entre maio de 2015 e fevereiro de 2019. Utilizamos redes de neblina para capturar os morcegos, anotamos os horários de capturas, a espécie, sexo e medidas eco-morfológicas. Para caracterizar a dieta das espécies coletamos amostras de pólen dos pêlos dos morcegos (cubos de gelatina glicerinada) e amostras fecais. Para determinar a disponibilidade de recursos coletamos dados fenológicos de floração de nove espécies de plantas. Os morcegos nectarívoros interagiram com 31 espécies de plantas formando uma rede com um padrão altamente generalizado de interações, consistente ao longo das estações e anos. A generalização observada pode ser uma condição necessária para a persistência de morcegos nectarívoros e de suas plantas especializadas em ambientes variáveis e desafiadores como a Caatinga. No capítulo dois, conseguimos comprovar que as quatro espécies de nectarívoros coexistem e persistem ao longo do tempo (anos e estações) mediados por uma mistura de mecanismos (particionamento temporal, diferenças eco-morfológicas e particionamento de recursos). Finalmente no capítulo três, descobrimos que a precipitação afetou positivamente a probabilidade de ocorrência de gravidez em todas as espécies de morcegos nectarívoros. Por outro lado, a disponibilidade de recursos florais de Cactaceae do mês anterior, afetaram positivamente a probabilidade de ocorrência de lactação para todos os morcegos nectarívoros. Com esta pesquisa, conseguimos enfatizar a importância das interações entre cactos e morcegos. A família Cactaceae é um recurso chave para a persistência, coexistência e reprodução dos morcegos nectarívoros na Caatinga. As iniciativas para proteção da biodivesidade da Caatinga devem considerar locais com alta abundância e diversidade de Cactaceae como uma prioridade para conservação.
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spelling ri-123456789-296972020-07-26T07:52:28Z Interações, mecanismos de persistência e coexistência de morcegos nectarívoros e das plantas das quais se alimentam em uma floresta tropical sazonal seca no Nordeste brasileiro Schmidt, Eugênia de Jesus Cordero Venticinque, Eduardo Martins Tavares, Valéria da Cunha Rocha, Patrício Adriano da Fischer, Erich Arnold Staggemeier, Vanessa Graziele Caatinga Chiroptera Cactaceae Sazonalidade Síndromes de polinização Fenologia CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA As Florestas Tropicais Sazonais Secas (SDTF, na sigla em inglês), como a Caatinga, são consideradas ambientes adversos devido à sua alta temperatura, chuvas escassas e variáveis, além de restrições sazonais na disponibilidade de recursos hídricos e alimentares. Estas características podem afetar as assembleias de mamíferos e plantas e, portanto, suas histórias de vida. Vários mecanismos de persistência em SDTFs neotropicais têm sido descritos para os morcegos (migração, plasticidade da dieta, diferenças morfológicas, estratégias de forrageamento) e para as plantas (deciduidade, presença de espinhos, fenologia sazonal), todos influenciados pela precipitação e temperatura. Neste doutorado nos aprofundamos na vida de quatro espécies de morcegos nectarívoros: Glossophaga soricina (Phyllostomidae: Glossophaginae), Lonchophylla inexpectata, Lonchophylla mordax e Xeronycteris vieirai (Phyllostomidae: Lonchophyllinae). Descrevemos suas redes de interação com plantas (Capítulo 1), exploramos seus mecanismos de persistência e coexistência ao longo do tempo (Capítulo 2) e, finalmente, exploramos a influência da precipitação e a disponibilidade de recursos de Cactaceae nos padrões de reprodução das espécies de morcegos nectarívoros (Capítulo 3). As coletas de dados em campo foram realizadas em sete localidades do estado do Rio Grande do Norte, entre maio de 2015 e fevereiro de 2019. Utilizamos redes de neblina para capturar os morcegos, anotamos os horários de capturas, a espécie, sexo e medidas eco-morfológicas. Para caracterizar a dieta das espécies coletamos amostras de pólen dos pêlos dos morcegos (cubos de gelatina glicerinada) e amostras fecais. Para determinar a disponibilidade de recursos coletamos dados fenológicos de floração de nove espécies de plantas. Os morcegos nectarívoros interagiram com 31 espécies de plantas formando uma rede com um padrão altamente generalizado de interações, consistente ao longo das estações e anos. A generalização observada pode ser uma condição necessária para a persistência de morcegos nectarívoros e de suas plantas especializadas em ambientes variáveis e desafiadores como a Caatinga. No capítulo dois, conseguimos comprovar que as quatro espécies de nectarívoros coexistem e persistem ao longo do tempo (anos e estações) mediados por uma mistura de mecanismos (particionamento temporal, diferenças eco-morfológicas e particionamento de recursos). Finalmente no capítulo três, descobrimos que a precipitação afetou positivamente a probabilidade de ocorrência de gravidez em todas as espécies de morcegos nectarívoros. Por outro lado, a disponibilidade de recursos florais de Cactaceae do mês anterior, afetaram positivamente a probabilidade de ocorrência de lactação para todos os morcegos nectarívoros. Com esta pesquisa, conseguimos enfatizar a importância das interações entre cactos e morcegos. A família Cactaceae é um recurso chave para a persistência, coexistência e reprodução dos morcegos nectarívoros na Caatinga. As iniciativas para proteção da biodivesidade da Caatinga devem considerar locais com alta abundância e diversidade de Cactaceae como uma prioridade para conservação. 2020-07-21T18:10:50Z 2020-07-21T18:10:50Z 2020-03-02 doctoralThesis SCHMIDT, Eugênia de Jesus Cordero. Interações, mecanismos de persistência e coexistência de morcegos nectarívoros e das plantas das quais se alimentam em uma floresta tropical sazonal seca no Nordeste brasileiro. 2020. 158f. Tese (Doutorado em Ecologia) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020. https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29697 pt_BR Acesso Aberto application/pdf Universidade Federal do Rio Grande do Norte Brasil UFRN PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA