The call of the (Neotropical) wild: maned wolf long-range acoustic ecology
Os lobos-guará são difíceis de serem observados na natureza devido as suas baixas densidades e hábitos crípticos e noturno-crepusculares. Explorar seu chamado de longa distância – o aulido – pode ser uma alternativa eficiente para estudar a espécie. Usando uma combinação de metodologias: reproduz...
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Formato: | doctoralThesis |
Idioma: | pt_BR |
Publicado em: |
Brasil
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Assuntos: | |
Endereço do item: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27378 |
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Resumo: | Os lobos-guará são difíceis de serem observados na natureza devido as suas
baixas densidades e hábitos crípticos e noturno-crepusculares. Explorar seu chamado de
longa distância – o aulido – pode ser uma alternativa eficiente para estudar a espécie.
Usando uma combinação de metodologias: reproduzindo aulidos no ambiente natural da
espécie para testar como animais de vida livre responderiam e para entender as
propriedades de propagação dessa vocalização; gravando sequências de aulidos
espontâneas de lobos-guará selvagens através de uma rede de gravadores autônomos por
oito meses para revelar padrões temporais de longo prazo; e registramos os sons
produzidos em cativeiro para conferir a discriminação de gênero e individualidade no
aulido e testar sua aplicação em gravações de ambiente natural. Nós descobrimos que os
lobos-guará vocalizam mais no início da noite, e esse foi o único período em que
obtivemos respostas durante o experimento de playback, apesar de ambos crepúsculos
apresentarem uma propagação eficiente deste tipo de som. Fatores sociais podem estar
influenciando esse padrão temporal, como o anúncio honesto de qualidade para defesa
territorial. Lobos-guará vocalizam mais em noites de maior iluminação lunar,
especialmente quando a primeira metade da noite está iluminada, provavelmente como
consequência de uma redução no tempo de forrageio e, portanto, mais tempo para
investir na comunicação acústica. Foi possível identificar o período de acasalamento e
aquele em torno do parto nas nossas gravações de ambiente natural através do aumento
na atividade vocal solo e de grupo, o que indica um papel dos aulidos na atração/guarda
de parceiros e na comunicação intra grupo familiar. Em cativeiro, os aulidos dos
machos foram distinguíveis principalmente por sua duração mais longa, também
indicando uma função sexual e sugerindo um investimento energético mais alto para
anunciar motivação. Aulidos também foram distintos individualmente. Porém, características locais afetaram dramaticamente tanto a propagação dos aulidos
reproduzidos quanto quase todos parâmetros que conferem identidade e gênero aos sons
emitidos. Elevar a caixa de som 45° para cima para simular a posição da cabeça/focinho
durante a vocalização resultou em intensidades sonoras mais baixas nas gravações, mas
compensou parcialmente os efeitos negativos da vegetação na transmissão do sinal
acústico. Os poucos parâmetros estáveis durante a propagação em ambiente natural
foram capazes de discriminar indivíduos, embora com menor taxa de sucesso.
Infelizmente, nas gravações obtidas na natureza a variação dos parâmetros devido à
propagação foi maior que as diferenças individuais observadas. Apesar da presente
inaplicabilidade da identificação vocal em gravações de aulidos na natureza, as
ferramentas bioacústicas se provaram eficientes em revelar a elusiva ecologia
comportamental dos lobos-guará. |
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