Abuso do direito de inação
A explosão de litigiosidade no cenário brasileiro, estampada nas estatísticas de processos judiciais em trâmite nos mais diversos ramos do Poder Judiciário, instiga o processualista ao estudo do conflito jurídico desde o seu nascedouro, onde se verifica, seja extrajudicial seja judicialmente, o d...
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Brasil
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ri-123456789-231492019-05-26T05:53:38Z Abuso do direito de inação Azevedo, Vitor Emanuel de Medeiros Bonifácio, Artur Cortez http://lattes.cnpq.br/8114645671772818 http://lattes.cnpq.br/6950519368299462 Consani, Cristina Foroni http://lattes.cnpq.br/7924943904858752 Saraiva, Paulo Lopo http://lattes.cnpq.br/6450878641547863 Processo civil Direito de inação Abuso e suas consequências CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO A explosão de litigiosidade no cenário brasileiro, estampada nas estatísticas de processos judiciais em trâmite nos mais diversos ramos do Poder Judiciário, instiga o processualista ao estudo do conflito jurídico desde o seu nascedouro, onde se verifica, seja extrajudicial seja judicialmente, o duelo entre a ação (pretensão) e a inação (pretensão contrária ou resistência). Nada obstante a existência dessas figuras antagônicas e igualmente importantes para a compreensão da litigiosidade e, consequentemente, do processo, a ciência processualista centra todas as suas atenções na ação, enquanto despreza a inação a ponto de relegála ao campo da sociologia ou, quando muito, apresentála superficialmente como um direito absoluto ou potestativo. Constatando que, por vezes, a inação é utilizada como instrumento de desestímulo, protelação e frustração para a concretização de direitos, a presente dissertação investiga a existência da figura jurídica do abuso do direito de inação. Para tanto, afirma que a inação corresponde sim a um direito, a saber, o de não reconhecer nem satisfazer pretensões alheias, exceto mediante ordem judicial, o qual tem natureza processual e encontra fundamento constitucional no direito geral de liberdade. Analisa as relações do direito de inação com o dever fundamental de obediência ao ordenamento jurídico, os direitos fundamentais ligados ao processo e as normas relativas à boafé processual, concluindo que o seu exercício encontra limitações constitucionais e legais que, desrespeitadas, dão azo ao reconhecimento de sua abusividade. Sustenta que o abuso do direito de inação se verifica quando o seu exercício se dá com desvio de finalidade, implicando a utilização indevida do processo judicial como obstáculo ao reconhecimento e à satisfação de uma pretensão manifestamente legítima. Propõe a fixação de três requisitos, a serem aquilatados mediante critério objetivofinalista, para o reconhecimento do abuso do direito de inação, quais sejam, não ser hipótese de jurisdição necessária, tratarse de um easy case e inexistir fundamentação jurídica (de fato e/ou de direito) minimamente plausível para o exercício do mencionado direito. Arremata que as consequências jurídicas para o abuso do direito de inação são a concessão à parte demandante de tutela da evidência e a condenação da parte demandada ao pagamento de verbas punitivas (multa por litigância de máfé) e indenizatórias (perdas e danos, honorários advocatícios e despesas processuais) em favor da parte demandante. 2017-05-26T21:19:38Z 2017-05-26T21:19:38Z 2016-07-26 masterThesis AZEVEDO, Vitor Emanuel de Medeiros. Abuso do direito de inação. 2016. 184f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016. https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23149 por Acesso Aberto application/pdf Brasil UFRN PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO |
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Processo civil Direito de inação Abuso e suas consequências CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO |
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extrajudicial seja judicialmente, o duelo entre a ação (pretensão) e a inação (pretensão contrária ou
resistência). Nada obstante a existência dessas figuras antagônicas e igualmente importantes para a
compreensão da litigiosidade e, consequentemente, do processo, a ciência processualista centra
todas as suas atenções na ação, enquanto despreza a inação a ponto de relegála ao campo da
sociologia ou, quando muito, apresentála superficialmente como um direito absoluto ou
potestativo. Constatando que, por vezes, a inação é utilizada como instrumento de desestímulo,
protelação e frustração para a concretização de direitos, a presente dissertação investiga a
existência da figura jurídica do abuso do direito de inação. Para tanto, afirma que a inação
corresponde sim a um direito, a saber, o de não reconhecer nem satisfazer pretensões alheias,
exceto mediante ordem judicial, o qual tem natureza processual e encontra fundamento
constitucional no direito geral de liberdade. Analisa as relações do direito de inação com o dever
fundamental de obediência ao ordenamento jurídico, os direitos fundamentais ligados ao processo
e as normas relativas à boafé processual, concluindo que o seu exercício encontra limitações
constitucionais e legais que, desrespeitadas, dão azo ao reconhecimento de sua abusividade.
Sustenta que o abuso do direito de inação se verifica quando o seu exercício se dá com desvio de
finalidade, implicando a utilização indevida do processo judicial como obstáculo ao
reconhecimento e à satisfação de uma pretensão manifestamente legítima. Propõe a fixação de três
requisitos, a serem aquilatados mediante critério objetivofinalista, para o reconhecimento do
abuso do direito de inação, quais sejam, não ser hipótese de jurisdição necessária, tratarse de um
easy case e inexistir fundamentação jurídica (de fato e/ou de direito) minimamente plausível para o
exercício do mencionado direito. Arremata que as consequências jurídicas para o abuso do direito
de inação são a concessão à parte demandante de tutela da evidência e a condenação da parte
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