Promoção da saúde: estratégias para a autonomia e qualidade de vida do sujeito com diabetes
O diabetes é uma doença crônico-degenerativa de grande prevalência na população mundial configurando-se enquanto sério problema de saúde pública. Por ser crônico exige dos sujeitos autocuidado e autogoverno longitudinal. A autonomia, por sua vez, é um direito fundamental e também um dos princípios d...
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Formato: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Endereço do item: | https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/17852 |
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Resumo: | O diabetes é uma doença crônico-degenerativa de grande prevalência na população mundial
configurando-se enquanto sério problema de saúde pública. Por ser crônico exige dos sujeitos
autocuidado e autogoverno longitudinal. A autonomia, por sua vez, é um direito fundamental e
também um dos princípios da bioética mais discutidos na atualidade. Seu conceito é complexo
e leva em conta a vida experimentada ao longo dos anos. Quando a discussão sobre autonomia
se trata de diabetes, a dependência do outro e os conflitos no controle da doença, diante de
novas regras e estilos de vida, nem sempre condizentes com os valores dos pacientes, torna-a
fragilizada. Embora a autonomia seja claramente parte integrante do tratamento e alicerce para
uma vida digna e de qualidade, observamos que os sujeitos se tornam ainda mais dependentes
dos serviços de saúde, quando se deparam com o diagnóstico e não têm confiança para tomar
suas próprias decisões diante da patologia limitadora. Por isso, há a necessidade dos serviços
de atenção primária à saúde traçarem estratégias para promover a saúde desses sujeitos. Os
Grupos de Promoção da Saúde são estratégias recentemente utilizadas para influenciar no nível
de autonomia dos sujeitos, pois possibilitam, respeitando os limites éticos, a garantia de
participação decisória no grupo, através de estratégias e treinamentos de habilidades com
competências claramente definidas, que favorecem o empowerment e o protagonismo dos
sujeitos. Desse modo, este trabalho objetiva identificar estratégias no âmbito da promoção da
saúde na ESF, que contribuam para melhor autonomia e qualidade de vida dos sujeitos com
diabetes mellitus, a partir de sua percepção. E, mais especificamente, analisar o perfil clínico e
socioeconômico dos portadores de diabetes da ESF; identificar as experiências, necessidades e
expectativas dos sujeitos com diabetes sobre autonomia, autocuidado e qualidade de vida; e
realizar um levantamento em conjunto com os sujeitos com diabetes, sobre aspectos que sirvam
de evidências para construção de propostas para implantação de um Grupo Estratégico de
Promoção da Saúde GEPS, com foco na autonomia. Para isto, foi realizada uma pesquisa
exploratória descritiva de abordagem qualitativa e quantitativa, com 65 sujeitos com diabetes
acompanhados por uma Unidade de Saúde da Família do Município de Santa Cruz/RN. A
pesquisa foi realizada em três etapas interdependentes: 1) coleta de dados clínicos e
socioeconômicos, para o qual foi utilizado entrevista estruturada e análise retrospectiva dos
registros feitos em seu prontuário; 2) a análise das experiências, necessidades e expectativas
dos sujeitos sobre autonomia, autocuidado e qualidade de vida, que se utilizou de entrevista
semiestruturada com 6 sujeitos, sendo 3 com mais e 3 com menos complicações autorreferidas
e verificadas no prontuário; e 3) a construção coletiva de propostas para melhor autonomia e
qualidade de vida dos próprios participantes do estudo, por meio de roda de conversa. Para a
análise dos dados utilizamos software de estatísticas simples para os dados das questões
fechadas de cunho quantitativo e os dados qualitativos foram analisados através da análise de
conteúdo. Observamos que o perfil clínico e socioeconômicos dos sujeitos com diabetes
aproximam-se das estatísticas nacionais, embora existam variáveis, como cor da pele, com
variação significativa. A autopercepção dos sujeitos diante de algumas complicações divergem
de registros encontrados em seu prontuário o que aponta uma possível desvalorização de
queixas como hipoglicemia e disfunção sexual, como também baixa adesão ao tratamento por,
muitas vezes, não terem suas opiniões valorizadas. As categorias encontradas: vida, qualidade
de vida, diagnostico e enfrentamento do problema, autonomia, limites e dependência assim
como as práticas coletivas de promoção da saúde, apontam para a necessidade de estratégias
por meio de grupos que considerem as crenças e valores dos sujeitos, favoreçam sua
emancipação e torne-os protagonistas de sua própria história e de seu processo saúde doença.
A autonomia é fundamental para o exercício da cidadania efetiva. É por meio dela que os
sujeitos transformam sua realidade e a si mesmo. A contribuição desta pesquisa consiste em
identificar estratégicas que se propõe a potencializar a autonomia dos sujeitos, através dos
GEPS, norteando a atuação dos profissionais na atenção primária à saúde, que deve sustentarse
em ações de prevenção e promoção da saúde e também no incentivo à participação popular
e protagonismo dos sujeitos |
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