O cuidado compartilhado entre mães e educadoras de um centro municipal de educação infantil: uma pesquisa-ação

O cuidado à criança envolve a identificação e o atendimento às necessidades de modo a oferecer-lhe atenção como pessoa em contínuo processo de crescimento e desenvolvimento. Contudo, o cuidado oferecido à criança que convive em instituição escolar está permeado por conflitos que fragilizam a relação...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Silva, Camila Augusta da
Outros Autores: Monteiro, Akemi Iwata
Formato: Dissertação
Idioma:por
Publicado em: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Assuntos:
Endereço do item:https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/14816
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Descrição
Resumo:O cuidado à criança envolve a identificação e o atendimento às necessidades de modo a oferecer-lhe atenção como pessoa em contínuo processo de crescimento e desenvolvimento. Contudo, o cuidado oferecido à criança que convive em instituição escolar está permeado por conflitos que fragilizam a relação família-escola, não sendo estimulada a articulação desses atores no que refere ao cuidar da criança. Diante dessa problemática, objetivou-se analisar a construção de um pacto do cuidar entre mães e educadoras de crianças que frequentam um Centro Municipal de Educação Infantil. Trata-se de um estudo qualitativo, tendo como método a pesquisa-ação. Envolveu doze mães e oito educadoras de uma instituição de educação infantil de Cidade Nova, no município de Natal, no período de abril a novembro de 2013. Os dados foram coletados através de entrevista grupo focal, observação participante, seminários e diário de campo. Os resultados foram analisados seguindo o direcionamento da análise temática freireana. Na etapa do diagnóstico situacional, que investigou a realidade vivenciada pelas participantes do estudo, percebeu-se que as educadoras não se sentem preparadas para lidar com aspectos de saúde-doença da criança e recusam as ações de cuidado como desempenho de suas funções, interpretada como uma atitude que ultrapassa sua competência profissional. Os pais, por sua vez, apresentaram dificuldade de entendimento e clareza da sua função e relação com a instituição e executam as ações de saúde sem associá-lo à promoção e prevenção, além de realizarem com conhecimento empírico. Vista a necessidade de mudança das ações de saúde prestadas à criança, decidiu-se conjuntamente, através de uma roda de conversa, realizar capacitações sobre higiene e limpeza, medidas caseiras no cuidado à criança e primeiros socorros. Na etapa de implementação da ação coletiva as participantes consideraram as atividades úteis no cuidado prestado à criança e perceberam a importância do cuidado compartilhado para o desenvolvimento infantil. Com o desenvolvimento das capacitações, as participantes sentiram a necessidade de sistematizar as atividades prestadas à criança nos problemas de saúde e, para tanto, foram construídos, conjuntamente, protocolos e procedimentos operacionais padrão para a formalizar as ações. Na etapa de avaliação dos encontros, constatou-se que há expectativas positivas para a continuidade do cuidado em comunhão entre pais e educadores, pois foram construídas novas percepções em relação ao cuidado da criança. Percebeu-se mudança considerável nas mães assíduas ao estudo quanto ao cuidado e interesse, no entanto tornaram-se evidentes as fragilidades no processo de trabalho do CMEI, pois emergiram a dificuldade existente nos membros que compõe a instituição de educação infantil de articular o cuidado à educação. Como principal dificuldade, elenca-se o alto índice de mães faltosas e a dificuldade de articular com outros profissionais de saúde para as atividades. Considera-se que o pacto de cuidar não foi implantado integralmente, pois partilhar cuidados sugere o encontro de pais e educadores que podem ter aspectos divergentes sobre necessidades infantis e desenvolvimento, o que requer constante negociação entre as partes. Nesse sentido, constitui-se em um processo contínuo de aperfeiçoamento entre família e instituição de educação infantil