Os discursos paralelos nas entrevistas psiquiátricas: a violação do princípio de cooperação entre médico e paciente

Entrevistas médicas em instituições psiquiátricastêm por função determinar o diagnóstico de doençasmentais. Ao fazer o diagnóstico, aquilo que é ditopelos pacientes é de...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Novaes, Mariluci
Formato: Online
Idioma:por
Publicado em: Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
Endereço do item:https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/9327
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Descrição
Resumo:Entrevistas médicas em instituições psiquiátricastêm por função determinar o diagnóstico de doençasmentais. Ao fazer o diagnóstico, aquilo que é ditopelos pacientes é decodificado como sintomas em referênciaa um quadro de classificação de doenças. Emprincípio, deveria haver um acordo implícito de cooperaçãona interação, a fim de que os médicos pudessemreconhecer os sintomas a partir das informaçõesdadas pelos pacientes e não a partir de um processoautônomo de interpretação de sintomas que estão previstospara cada tipo de doença mental. Como ospsicóticos dificilmente têm queixas sobre as doençasmentais procuradas, mas situam seus sofrimentos emcausas externas, eles não são cooperativos. Seus discursosnão são efetivamente respostas ao que lhe éindagado. Eles violam, assim, o princípio de cooperaçãoporque seus discursos frustram as expectativasdos médicos em obterem informações sobre a doença.