Por que estudar os sons da linguagem

Gostaria de começar este explanação lendo comvocês os poemas de Cecília Meireles que aqui trouxe.Gostaria de ler estes poemas com vocês e sentilos:um tem tema referencial, é o relato - poéticoevidentemente - de um...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Araújo, Leopodina
Formato: Online
Idioma:por
Publicado em: Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
Endereço do item:https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/9292
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spelling oai:periodicos.ufrn.br:article-92922023-02-27T10:27:20Z Por que estudar os sons da linguagem Araújo, Leopodina Sons linguagem fonologia Gostaria de começar este explanação lendo comvocês os poemas de Cecília Meireles que aqui trouxe.Gostaria de ler estes poemas com vocês e sentilos:um tem tema referencial, é o relato - poéticoevidentemente - de um episódio de nossa História; ooutro é um texto com tema emotivo, para continuarmosusando a terminologia de Jakobson para as funçõesda linguagem, isto é, centrado no eu, expressandoa subjetividade do emissor. Nos dois manifesta-seuma visão do signo lingüístico, embora não seja esteo interesse central de nenhum dos dois.O primeiro, Romance LIII ou Das palavrasaéreas, diz na primeira estrofe: Ai, palavras, ai,palavras/ [...]/ sois de vento, ides no vento,... e naúltima: Éreis um sopro na aragem/ Sois um homemque se enforca.O segundo, Canção, se inicia dizendo: Nuncaeu tivera querido/ dizer palavra tão louca/ bateumeo vento na boca/ e depois no teu ouvido. Levousomente a palavra/ deixou ficar o sentido.De que modo estes poemas referem ao signolingüístico? Elas o fazem na medida em que chamamatenção para os dois lados que tem a palavra(equivalente a signo): “sois de vento, ides no vento”...E vos transformais em tanta coisa...; o ventoleva somente a palavra [e deixa] ficar o sentido”.O signo lingüístico é, já o discutiam os gregos(ver o diálogo Crátilo, de Platão) e o definiu Saussure,uma entidade bifacetada: som e significado intimamenteentrelaçados. Em nossa língua ou em qualqueroutra que falemos como nativos, escutar uma seqüênciasonora, em geral, permite-nos encontrar umaimagem mental (não necessariamente visual), que porela é recoberta. Quando se trata de uma língua desconhecida,só o complexo fônico nos chega à percepçãoe, em geral, como um bloco, no qual nos édifícil distinguir elementos discretos.Mas, se da nossa língua nos é possível ter acompreensão e, pensamos ter, a identificação dos elementos,em que a Fonética e Fonologia nos seriamúteis em relação a ela?Para que, além da pura identificação dos sonsutilizados em nosso idioma, é importante, enquantoprofessores de Língua e Literatura, dominarmos Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN 2016-02-18 info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Artigo avaliado pelos Pares application/pdf https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/9292 Revista do GELNE; v. 1 n. 1 (1999); 134-136 2236-0883 por https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/9292/6646 Copyright (c) 2016 Revista do GELNE
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