A representação do diabo em um culto espírita na cidade de Brighton (1859)

Este artigo tem como objetivo analisar um discurso específico que cria representações – inclusive diabólicas – sobre o Oriente, ainda no século XIX. A análise parte do texto produzido pelo escritor francês Léon Gozlan (1803-1866), através da observação de uma sessão espírita realizada na cidade de B...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Paz e Albuquerque, Túlio Augusto
Formato: Online
Idioma:por
Publicado em: Mneme - Revista de Humanidades
Endereço do item:https://periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/8396
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Descrição
Resumo:Este artigo tem como objetivo analisar um discurso específico que cria representações – inclusive diabólicas – sobre o Oriente, ainda no século XIX. A análise parte do texto produzido pelo escritor francês Léon Gozlan (1803-1866), através da observação de uma sessão espírita realizada na cidade de Brighton (Inglaterra), em 1859. A perspectiva acerca dessa reunião foi divulgada na imprensa da época e retransmitida também no Brasil, a qual foi traduzida e publicada no Diário de Pernambuco, ao longo de 5 edições em 1860. Na descrição do escritor francês, percebemos mais um artefato a corroborar com a teoria de Edward Said (2003), defendida na obra Orientalismo: o Oriente como invenção Ocidental. O interessante observado nesse fato é que a partir de práticas religiosas, também podemos refletir sobre a invenção do oriente pelo ocidente. Desse modo, pretendemos com este trabalho, refletir e questionar sobre a figura do diabo ser representada no culto espírita, em Brighton, através de Nana Sahib, líder indiano que viveu a primeira guerra de independência (1857-1858) contra os ingleses. Tal representação é tão forte no imaginário inglês que entra em contradição com os próprios postulados espiritistas sobre a existência do diabo.