A MENTIRA DE UM PONTO DE VISTA ÉTICO E POLÍTICO EM CELSO LAFER
Ao longo do pensamento ocidental, duas posições básicas têm sido tomadas em relaçáo ao problema ético da mentira: (1) Os que a consideram o ato de mentir uma coisa inadmissível em toda e qualquer circunstância (Santo Agostinho e Kant, sáo casos clássicos) e (2) Os que considera...
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oai:periodicos.ufrn.br:article-5892012-01-24T22:52:40Z A MENTIRA DE UM PONTO DE VISTA ÉTICO E POLÍTICO EM CELSO LAFER Guerreiro, Mario A. L. Ao longo do pensamento ocidental, duas posições básicas têm sido tomadas em relaçáo ao problema ético da mentira: (1) Os que a consideram o ato de mentir uma coisa inadmissível em toda e qualquer circunstância (Santo Agostinho e Kant, sáo casos clássicos) e (2) Os que consideram mentir um ato desonroso, mas admitem haver exceções em que a mentira é eticamente justificável (Platáo e Benjamin Constant sáo os mais destacados defensores). Apesar da grande influência de Platáo sobre Santo Agostinho, este último náo compartilha a posiçáo de seu mestre neste particular: fundamenta sua rejeiçáo radical da mentira em passagens da Bíblia. Por sua vez, Kant a fundamenta em sua ética rigidamente dontológica em que uma regra – no caso: Náo mentir – náo pode comportar nenhuma exceçáo sem que se descaracterize.Lafer assume a posiçáo de Platáo e Benjamin Constant e desenvolve uma justificaçáo para a mentira em determinados casos excepcionais em que está em jogo o sacrifício de um bem menor (por exemplo: a honra) em nome de um bem maior (por exemplo: a vida). Pensamos que esta posiçáo está mais adequada às exigências do Direito, bem como da praxis política. Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN 2010-10-14 info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion application/pdf https://periodicos.ufrn.br/saberes/article/view/589 Saberes: Revista interdisciplinar de Filosofia e Educação; n. 2 (2009): Saberes: Filosofia e Educação 1984-3879 por https://periodicos.ufrn.br/saberes/article/view/589/713 Copyright (c) 2014 Saberes: Revista interdisciplinar de Filosofia e Educação |
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Ao longo do pensamento ocidental, duas posições básicas têm sido tomadas em relaçáo ao problema ético da mentira: (1) Os que a consideram o ato de mentir uma coisa inadmissível em toda e qualquer circunstância (Santo Agostinho e Kant, sáo casos clássicos) e (2) Os que consideram mentir um ato desonroso, mas admitem haver exceções em que a mentira é eticamente justificável (Platáo e Benjamin Constant sáo os mais destacados defensores). Apesar da grande influência de Platáo sobre Santo Agostinho, este último náo compartilha a posiçáo de seu mestre neste particular: fundamenta sua rejeiçáo radical da mentira em passagens da Bíblia. Por sua vez, Kant a fundamenta em sua ética rigidamente dontológica em que uma regra – no caso: Náo mentir – náo pode comportar nenhuma exceçáo sem que se descaracterize.Lafer assume a posiçáo de Platáo e Benjamin Constant e desenvolve uma justificaçáo para a mentira em determinados casos excepcionais em que está em jogo o sacrifício de um bem menor (por exemplo: a honra) em nome de um bem maior (por exemplo: a vida). Pensamos que esta posiçáo está mais adequada às exigências do Direito, bem como da praxis política. |
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