O LIMITE DO CUIDADO: RELAÇÕES ENTRE ESTADO E FAMÍLIA NA DESINTERNAÇÃO DE PACIENTES DE MANICÔMIOS JUDICIÁRIOS
Neste texto eu descrevo dois processos coexistentes: a importância da família para os profissionais que trabalham com a medida de segurança no processo de desinternação de pacientes de manicômio judiciários e a dificuldade dos familiares em voltar a conviver com o parente que foi preso. A partir des...
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Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
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Neste texto eu descrevo dois processos coexistentes: a importância da família para os profissionais que trabalham com a medida de segurança no processo de desinternação de pacientes de manicômio judiciários e a dificuldade dos familiares em voltar a conviver com o parente que foi preso. A partir desse ponto de tensão analiso o modo pelo qual a desinternação pressupõe um acúmulo subjetivo em que o desinternante deva ser considerado um sujeito biologicamente estável, moralmente responsável e “sujeito de direitos” para que saia do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) e retorne ao vínculo familiar. Esta volta, entretanto, é marcada por tensões, pois muitas vezes foram crimes cometidos contra familiares que motivaram a internação do paciente em um HCTP. A partir do exame de entrevistas com profissionais e com a esposa de um paciente desinternante, concluo que a mesma normativa que estabelece a “reinserção familiar” de pacientes internados em instituições psiquiátricas com o objetivo de cuidá-los pode aprofundar situações de violência no seio familiar. |
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