GÊNERO, ETNICIDADE E INCORPORAÇÃO TRANSGÊNERO: INTERROGANDO FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO NA CIRURGIA DE FEMINIZAÇÃO FACIAL

A Cirurgia de Feminização Facial (CFF) é um conjunto de procedimentos ósseos e teciduais moles desenvolvido para feminilizar os rostos de mulheres transgêneros. Na avaliação cirúrgica, características faciais particulares são identificadas como “específicas ao sexo” e marcadas para tal intervenção....

ver descrição completa

Na minha lista:
Detalhes bibliográficos
Principais autores: Plemons, Eric, Rego, Francisco Cleiton Vieira Silva do
Formato: Online
Idioma:por
Publicado em: Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
Endereço do item:https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/23834
Tags: Adicionar Tag
Sem tags, seja o primeiro a adicionar uma tag!
id oai:periodicos.ufrn.br:article-23834
record_format ojs
spelling oai:periodicos.ufrn.br:article-238342023-11-07T11:01:15Z GÊNERO, ETNICIDADE E INCORPORAÇÃO TRANSGÊNERO: INTERROGANDO FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO NA CIRURGIA DE FEMINIZAÇÃO FACIAL Plemons, Eric Rego, Francisco Cleiton Vieira Silva do A Cirurgia de Feminização Facial (CFF) é um conjunto de procedimentos ósseos e teciduais moles desenvolvido para feminilizar os rostos de mulheres transgêneros. Na avaliação cirúrgica, características faciais particulares são identificadas como “específicas ao sexo” e marcadas para tal intervenção. Porém, essas características não exibem traços “masculinos” ou “femininos” apenas; elas são complexamente recortadas por morfologias de classificação étnico-racial. Baseando-me em observação clínica a partir de uma pesquisa etnográfica, mostro como o ideal feminino desejado entrou em conflito com características identificadas como “étnicas”. Na prática de CFF “masculinidade” e “raça” foram enredadas como elementos exteriores através dos quais a “feminilidade” desejável era articulada. Argumento que a cirurgia que, conscientemente, atua para fazer a paciente se afastar de uma etnicidade fisionomicamente identificada visando a alcançar uma feminilidade ostensivamente neutra e não marcada se torna não apenas um processo de feminilizar o rosto, mas também um processo de “embranquecê-lo”, ainda que as feições da branquitude não sejam o desejo expresso da paciente ou objetivo do cirurgião. Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN 2022-12-29 info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion application/pdf https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/23834 Vivência: Revista de Antropologia; v. 1 n. 60 (2022) 2238-6009 10.21680/2238-6009.2022v1n60 por https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/23834/16586 Copyright (c) 2022 Eric Plemons https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
institution Periódicos UFRN
collection Portal de Pediódicos Eletrônicos da UFRN
language por
format Online
author Plemons, Eric
Rego, Francisco Cleiton Vieira Silva do
spellingShingle Plemons, Eric
Rego, Francisco Cleiton Vieira Silva do
GÊNERO, ETNICIDADE E INCORPORAÇÃO TRANSGÊNERO: INTERROGANDO FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO NA CIRURGIA DE FEMINIZAÇÃO FACIAL
author_facet Plemons, Eric
Rego, Francisco Cleiton Vieira Silva do
author_sort Plemons, Eric
title GÊNERO, ETNICIDADE E INCORPORAÇÃO TRANSGÊNERO: INTERROGANDO FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO NA CIRURGIA DE FEMINIZAÇÃO FACIAL
title_short GÊNERO, ETNICIDADE E INCORPORAÇÃO TRANSGÊNERO: INTERROGANDO FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO NA CIRURGIA DE FEMINIZAÇÃO FACIAL
title_full GÊNERO, ETNICIDADE E INCORPORAÇÃO TRANSGÊNERO: INTERROGANDO FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO NA CIRURGIA DE FEMINIZAÇÃO FACIAL
title_fullStr GÊNERO, ETNICIDADE E INCORPORAÇÃO TRANSGÊNERO: INTERROGANDO FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO NA CIRURGIA DE FEMINIZAÇÃO FACIAL
title_full_unstemmed GÊNERO, ETNICIDADE E INCORPORAÇÃO TRANSGÊNERO: INTERROGANDO FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO NA CIRURGIA DE FEMINIZAÇÃO FACIAL
title_sort gênero, etnicidade e incorporação transgênero: interrogando formas de classificação na cirurgia de feminização facial
description A Cirurgia de Feminização Facial (CFF) é um conjunto de procedimentos ósseos e teciduais moles desenvolvido para feminilizar os rostos de mulheres transgêneros. Na avaliação cirúrgica, características faciais particulares são identificadas como “específicas ao sexo” e marcadas para tal intervenção. Porém, essas características não exibem traços “masculinos” ou “femininos” apenas; elas são complexamente recortadas por morfologias de classificação étnico-racial. Baseando-me em observação clínica a partir de uma pesquisa etnográfica, mostro como o ideal feminino desejado entrou em conflito com características identificadas como “étnicas”. Na prática de CFF “masculinidade” e “raça” foram enredadas como elementos exteriores através dos quais a “feminilidade” desejável era articulada. Argumento que a cirurgia que, conscientemente, atua para fazer a paciente se afastar de uma etnicidade fisionomicamente identificada visando a alcançar uma feminilidade ostensivamente neutra e não marcada se torna não apenas um processo de feminilizar o rosto, mas também um processo de “embranquecê-lo”, ainda que as feições da branquitude não sejam o desejo expresso da paciente ou objetivo do cirurgião.
publisher Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
publishDate 2022
url https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/23834
work_keys_str_mv AT plemonseric generoetnicidadeeincorporacaotransgenerointerrogandoformasdeclassificacaonacirurgiadefeminizacaofacial
AT regofranciscocleitonvieirasilvado generoetnicidadeeincorporacaotransgenerointerrogandoformasdeclassificacaonacirurgiadefeminizacaofacial
_version_ 1781992062404526080