Inserção tardia para raízes: supleção e depoência

Este trabalho revisita o debate entre inserção tardia e inserção precoce de raízes no quadro teórico da Morfologia Distribuída (HALLE E MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), oferecendo argumentos a favor da primeira abordagem. Em um primeiro momento, a Morfologia Distribuída postulava que, durante a deriva...

ver descrição completa

Na minha lista:
Detalhes bibliográficos
Principais autores: Armelin, Paula Roberta Gabbai, Gonçalves, Lydsson Agostinho, Melo, Nilton Duarte
Formato: Online
Idioma:por
Publicado em: Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
Endereço do item:https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/23273
Tags: Adicionar Tag
Sem tags, seja o primeiro a adicionar uma tag!
Descrição
Resumo:Este trabalho revisita o debate entre inserção tardia e inserção precoce de raízes no quadro teórico da Morfologia Distribuída (HALLE E MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), oferecendo argumentos a favor da primeira abordagem. Em um primeiro momento, a Morfologia Distribuída postulava que, durante a derivação sintática, todos os elementos que a compunham eram desprovidos de traços fonológicos, sem distinção entre itens funcionais e lexicais (MARANTZ, 1995), sendo que a inserção de fonologia só aconteceria tardiamente, através da operação de Inserção de Vocabulário no ramo da interface fonológica. A aplicabilidade desse mecanismo a raízes começou a ser questionada principalmente a partir de Embick (2000), segundo o qual a única maneira de explicar o comportamento idiossincrático dos verbos depoentes do latim seria assumir que as raízes estão inteiramente presentes, inclusive fonologicamente, em toda a derivação, o que ele chamou de inserção precoce. Esse debate se estende ainda a outro fenômeno, a supleção de raiz, caracterizado por alterações fonológicas radicais em raízes em determinados contextos. Devido à dificuldade de individualização das raízes, o mecanismo de inserção não conseguiria prever adequadamente os contextos supletivos, o que levou Embick e Halle (2005), por exemplo, a concluírem que tal fenômeno se limita a itens funcionais. Vários trabalhos, porém (HARLEY, 2014; BOBALJIK, 2012; VESELINOVA, 2006), atestam a supleção em itens lexicais. Neste artigo, retomamos esses argumentos e apresentamos alternativas de análise que não dependem da inserção precoce de raízes: (i) para a supleção, propomos uma individualização por meio de índices numéricos, seguindo a linha de autores como Acquaviva (2008), Pfau (2000, 2009) e Harley (2014); (ii) para os depoentes, trazemos uma análise baseada no funcionamento do núcleo Voice, nos moldes de Alexiadou (2013) e introduzida inicialmente em Gonçalves e Armelin (2018), que, além de produzir os resultados esperados, apresenta a vantagem de sistematizar os demais contextos de sincretismo passivo no latim