Concordância verbal com coletivos: restrições morfossintáticas e semântico-discursivas

Tratamos, neste artigo, da concordância verbal com nomes coletivos no português falado em Fortaleza-Ceará, à luz de pressupostos da Teoria da Variação e Mudança Linguística. Nossos dados provêm de dois corpora: Português Oral Culto de Fortaleza (Porcufort) e Norma Popular de Fortaleza (Norpofor), os...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Ferreira Maia, João Paulo, Coan, Márluce
Formato: Online
Idioma:por
Publicado em: Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
Endereço do item:https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/21286
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Descrição
Resumo:Tratamos, neste artigo, da concordância verbal com nomes coletivos no português falado em Fortaleza-Ceará, à luz de pressupostos da Teoria da Variação e Mudança Linguística. Nossos dados provêm de dois corpora: Português Oral Culto de Fortaleza (Porcufort) e Norma Popular de Fortaleza (Norpofor), os quais são analisados separadamente e, depois, triangulados, com o propósito de verificar tendências de uso na comunidade de fala. Embora tenhamos controlado fatores linguísticos e extralinguísticos, foram os linguísticos que mostraram relevância estatística: número do sintagma nominal encaixado no sujeito e tipo de verbo para o Porcufort e tipo de verbo para o Norpofor. Do Porcufort foram analisados 234 dados nos quais a concordância com verbo no singular é motivada por ausência de sintagma nominal encaixado no sujeito e por verbo de ação-processo. Igualmente é o verbo de ação-processo que condiciona concordância singular com sujeito coletivo no Norpofor, corpus no qual foram localizadas 120 ocorrências. Em análise triangulada, os grupos saliência fônica do verbo, número do sintagma nominal encaixado no sujeito e material interveniente entre sujeito e verbo mostraram significância, sendo o uso de verbo no singular decorrente, em geral, de forma verbal menos saliente, ausência de sintagma encaixado e ausência de material interveniente (ou, em alguns casos, presença de dois sintagmas intervenientes). Dos resultados, depreende-se que, na fala fortalezense, é a forma singular a preferida, decorrente de restrições morfossintáticas e semântico-discursivas.