Sobre obstrução intestinal, ingá e o espírito do veado: algumas reflexões sobre a relação interétnica entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu

Neste trabalho, convido-os a refletir sobre as relações de cura em saúde indígena a partir do relato do Dr. Douglas Rodrigues, médico que trabalha há quase quatro décadas com populações indígenas. Com base em sua narração de um trabalho terapêutico, realizado paralelamente a um pajé xinguano, aborda...

ver descrição completa

Na minha lista:
Detalhes bibliográficos
Autor principal: Assumpção, Karine
Formato: Online
Idioma:por
Publicado em: Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
Endereço do item:https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/14974
Tags: Adicionar Tag
Sem tags, seja o primeiro a adicionar uma tag!
id oai:periodicos.ufrn.br:article-14974
record_format ojs
spelling oai:periodicos.ufrn.br:article-149742021-12-01T17:28:09Z Sobre obstrução intestinal, ingá e o espírito do veado: algumas reflexões sobre a relação interétnica entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu Assumpção, Karine Relação de cura Projeto Xingu Saúde Indígena Neste trabalho, convido-os a refletir sobre as relações de cura em saúde indígena a partir do relato do Dr. Douglas Rodrigues, médico que trabalha há quase quatro décadas com populações indígenas. Com base em sua narração de um trabalho terapêutico, realizado paralelamente a um pajé xinguano, abordar-se-á o limiar entre salvar vidas e salvar (respeitar) a diversidade cultural. Este relato ocorreu durante minha pesquisa de mestrado junto ao Projeto Xingu, um programa de extensão do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina (Universidade Federal de São Paulo), existente desde 1965 e presente prioritariamente na Terra Indígena Xingu (região centro-oeste do Brasil). Com base nos ensinamentos tirados de experiências como a narrada por Douglas, foi possível notar que os profissionais há mais tempo no Projeto transitam de um a outro lado dessa limiaridade através do conceito ampliado de saúde e de bem-estar (cultural), compartilhando códigos que os ajudam a controlar equívocos e negociar curas. Pelo Projeto Xingu ser pioneiro na realização de ações e formações em saúde indígena no Brasil, colaborando com a criação do Subsistema de Saúde Indígena brasileiro de 1999, e por seu caráter permanente e engajado, insta refletir sobre as experiências e aprendizados acumulados por esse grupo. Essa reflexão contribui para o debate sobre as possibilidades e limites do compartilhamento da cura e para reforçar olhares mais matizados sobre os profissionais da saúde que atuam nestes contextos. Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN 2018-05-11 info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion application/pdf https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/14974 Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social; Vol. 4 No. 7 (2017): Dossiê: Etnografando experiências do adoecimento e medicalização no Brasil; 45-63 Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social; Vol. 4 Núm. 7 (2017): Dossiê: Etnografando experiências do adoecimento e medicalização no Brasil; 45-63 Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social; v. 4 n. 7 (2017): Dossiê: Etnografando experiências do adoecimento e medicalização no Brasil; 45-63 2446-5674 10.21680/2446-5674.2017v4n7 por https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/14974/pdf Copyright (c) 2018 Karine Assumpção
institution Periódicos UFRN
collection Portal de Pediódicos Eletrônicos da UFRN
language por
format Online
author Assumpção, Karine
spellingShingle Assumpção, Karine
Sobre obstrução intestinal, ingá e o espírito do veado: algumas reflexões sobre a relação interétnica entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu
author_facet Assumpção, Karine
author_sort Assumpção, Karine
title Sobre obstrução intestinal, ingá e o espírito do veado: algumas reflexões sobre a relação interétnica entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu
title_short Sobre obstrução intestinal, ingá e o espírito do veado: algumas reflexões sobre a relação interétnica entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu
title_full Sobre obstrução intestinal, ingá e o espírito do veado: algumas reflexões sobre a relação interétnica entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu
title_fullStr Sobre obstrução intestinal, ingá e o espírito do veado: algumas reflexões sobre a relação interétnica entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu
title_full_unstemmed Sobre obstrução intestinal, ingá e o espírito do veado: algumas reflexões sobre a relação interétnica entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu
title_sort sobre obstrução intestinal, ingá e o espírito do veado: algumas reflexões sobre a relação interétnica entre indígenas e profissionais do projeto xingu
description Neste trabalho, convido-os a refletir sobre as relações de cura em saúde indígena a partir do relato do Dr. Douglas Rodrigues, médico que trabalha há quase quatro décadas com populações indígenas. Com base em sua narração de um trabalho terapêutico, realizado paralelamente a um pajé xinguano, abordar-se-á o limiar entre salvar vidas e salvar (respeitar) a diversidade cultural. Este relato ocorreu durante minha pesquisa de mestrado junto ao Projeto Xingu, um programa de extensão do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina (Universidade Federal de São Paulo), existente desde 1965 e presente prioritariamente na Terra Indígena Xingu (região centro-oeste do Brasil). Com base nos ensinamentos tirados de experiências como a narrada por Douglas, foi possível notar que os profissionais há mais tempo no Projeto transitam de um a outro lado dessa limiaridade através do conceito ampliado de saúde e de bem-estar (cultural), compartilhando códigos que os ajudam a controlar equívocos e negociar curas. Pelo Projeto Xingu ser pioneiro na realização de ações e formações em saúde indígena no Brasil, colaborando com a criação do Subsistema de Saúde Indígena brasileiro de 1999, e por seu caráter permanente e engajado, insta refletir sobre as experiências e aprendizados acumulados por esse grupo. Essa reflexão contribui para o debate sobre as possibilidades e limites do compartilhamento da cura e para reforçar olhares mais matizados sobre os profissionais da saúde que atuam nestes contextos.
publisher Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
publishDate 2018
url https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/14974
work_keys_str_mv AT assumpcaokarine sobreobstrucaointestinalingaeoespiritodoveadoalgumasreflexoessobrearelacaointeretnicaentreindigenaseprofissionaisdoprojetoxingu
_version_ 1766683451410350080

Registros relacionados