Estratégias de polidez no gênero resenha acadêmica

Desde a publicação seminal de Brown e Levinson (1987), diversas pesquisas vêm sendo feitas sobre polidez e construção da face na conversação. Mais recentemente, tem ganhado força um interesse de estudo voltado para as estratégias polidez no âmbito da modalidade escrita de língua – interesse no qual...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Santana, Gabriel, Barros, Kazue Saito M. de
Formato: Online
Idioma:por
Publicado em: Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
Endereço do item:https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/12164
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Descrição
Resumo:Desde a publicação seminal de Brown e Levinson (1987), diversas pesquisas vêm sendo feitas sobre polidez e construção da face na conversação. Mais recentemente, tem ganhado força um interesse de estudo voltado para as estratégias polidez no âmbito da modalidade escrita de língua – interesse no qual este trabalho se insere. Pretende-se contribuir com a análise de um gênero do domínio acadêmico-científico: a resenha, ainda pouco estudada sob a perspectiva da polidez. Buscamos identificar, primeiramente, algumas das estratégias mais recorrentes em cinco resenhas, publicadas em diferentes periódicos Qualis A. Além disso, tentamos identificar correlações entre aspectos composicionais do gênero e pontos de ocorrência das estratégias de polidez. Para o estudo dos fenômenos da polidez, tomamos o modelo teórico baseado no trabalho de Kerbrat-Orecchioni (2006), que, tentando aperfeiçoar a construção teórica clássica de Brown e Levinson (1987), argumenta que há tanto uma polidez positiva, que opera no sentido da valorização das faces, quanto uma polidez negativa, que opera no sentido de minimizar os efeitos das ameaças às faces, dividindo-se em procedimentos substitutivos e acompanhantes. Assumindo ainda os enunciados não como previamente polidos ou impolidos, mas como sendo percebidos pelos participantes como polidos ou não, compreendemos ser fundamental interpretar as bases das percepções dessas estratégias, que se traduzem por expectativas de comportamento, conceito que tomamos de empréstimo de Spencer-Oatey (2005) para estudarmos também como os autores das resenhas categorizam seus possíveis interlocutores: autor resenhado, especialistas na área, leitores comuns, etc. Mesmo entendendo que os gêneros assumem formas relativamente estáveis (MARCUSCHI, 2008), tomamos metodologicamente o modelo de resenha acadêmica descrito por Mota-Roth e Hendges (2010): Apresentação; Descrição; Avaliação; Recomendação (ou não). Os resultados obtidos aparentam indicar que existem, de fato, correlações entre pontos de ocorrência das estratégias, suas respectivas funções sociointeracionais e a estrutura composicional da resenha.