O CASO ADELIR E O MOVIMENTO PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO: REFLEXÕES SOBRE VIOLÊNCIA, PODER E DIREITO THE COURT CASE OF ADELIR AND THE HUMANIZATION OF CHILDBIRTH MOVEMENT: REFLECTIONS ON VIOLENCE, POWER AND RIGHTS

A partir do caso de Adelir Góes, mulher que foi obrigada pela Justiça, em 2014, a sersubmetida a uma cesárea após o deferimento de uma medida liminar proposta pela médicaque a havia atendido, pretendemos abordar as apropriações e embates que ocorrementre o Movimento pela Humanização do Parto e do Na...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Simas, Raquel, Mendonça, Sara Souza
Formato: Online
Idioma:por
Publicado em: Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN
Endereço do item:https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/11504
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Descrição
Resumo:A partir do caso de Adelir Góes, mulher que foi obrigada pela Justiça, em 2014, a sersubmetida a uma cesárea após o deferimento de uma medida liminar proposta pela médicaque a havia atendido, pretendemos abordar as apropriações e embates que ocorrementre o Movimento pela Humanização do Parto e do Nascimento e o sistema jurídicobrasileiro. Se, por um lado, as agentes do Movimento pela Humanização buscam legitimarsuas demandas e para isto se empenham na criação de uma lei que regulamente epuna a violência obstétrica e acionam o Judiciário para serem reparadas pelas agressõessofridas; por outro, tanto o saber médico quanto o saber jurídico não estão destacadosdas relações de poder na sociedade e, desta forma, o corpo da mulher é tutelado, principalmente,durante a gestação. O caso Adelir revela algumas dimensões do défi cit decidadania no país. O acesso aos direitos reprodutivos ocorre na perspectiva do modelohegemônico obstétrico pautado pela internação e medicalização do parto, controle analisadopela teoria foucaultiana. O Movimento pela Humanização do Parto vem defendermudanças na assistência obstétrica, buscando o direito ao reconhecimento da distinçãode suas demandas com relação ao modelo tradicional de atendimento que se pretendeuniversalizar. Os procedimentos hospitalares padronizados, ordenados por uma lógicade individualismo do tipo igualitário, entram em confl ito com as demandas específi casdeste grupo de mulheres, gerando uma agressão, que mais do que um insulto moral, éconsiderada uma violência.