Ajuda mútua nos CAPS : o papel do serviço no empoderamento dos usuários /

Resumo:Essa pesquisa objetivou investigar práticas de ajuda mútua entre usuários dos CAPS leste e oeste da cidade de Natal-RN. No campo da saúde mental, observamos que o cuidado proporcionado pelos serviços substitutivos tende a ser pautado pelo saber técnico onde a figura do profissional predomina....

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Figueiró, Rafael Albuquerque., Dimenstein, Magda Diniz Bezerra., Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Formato: Dissertação
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Endereço do item:https://app.bczm.ufrn.br/home/#/item/127843
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Descrição
Resumo:Resumo:Essa pesquisa objetivou investigar práticas de ajuda mútua entre usuários dos CAPS leste e oeste da cidade de Natal-RN. No campo da saúde mental, observamos que o cuidado proporcionado pelos serviços substitutivos tende a ser pautado pelo saber técnico onde a figura do profissional predomina. A reforma psiquiátrica brasileira tem investido em equipamentos e políticas de atenção em saúde mental, mas é preciso investir mais fortemente em novas estratégias e atores capazes de agenciar forças instituintes a esse movimento, tais como os usuários. Se um dos eixos da reforma psiquiátrica consiste em uma mudança no tipo de relação que se estabelece com o portador de transtorno mental, porque essa relação, nos dias de hoje, ainda se configura de maneira técnica e desigual, onde de um lado há um sujeito que sabe e deve cuidar e de outro um que nada sabe, devendo, portanto, ser cuidado? Partindo dessa problematização acerca dos modos tradicionais de cuidado em saúde/saúde mental, buscou-se investigar de que maneira as práticas de ajuda mútua entre portadores de transtorno mental podem agenciar potencialidades ainda não exploradas no âmbito da reforma psiquiátrica. O objetivo da pesquisa foi mapear possíveis práticas de ajuda entre os usuários, bem como a concepção dos técnicos sobre tais práticas. Para isso, participamos cotidianamente das atividades desenvolvidas nos CAPS, mapeando as experiências de ajuda entre os usuários. Além disso, acompanhamos os usuários nos ambientes extra-serviços (volta para casa, passeios, etc.), e realizamos rodas de conversa com os profissionais. A pesquisa foi orientada pelo referencial teórico-metodológico da análise institucional. Os resultados apontaram para uma falta de atitudes de ajuda ou suporte mútuo entre usuários, provavelmente explicado pela dinâmica de funcionamento do serviço e pela relação entre técnicos e usuários, que tende a dificultar encontros entre usuários, além de não favorecerem o empoderamento dos mesmos. #$&Abstract:The research objective is explore practices to mutual help between CAPS users from the east and west regions of the city of Natal, RN, in Brazil. In the mental health field, we observe the care from substitutive services is based on technical knowledge where the person of the mental health professional is predominant. The Brazilian psychiatry reform invests in equipments and mental health care protocols, but it is necessary to invest more vigorously in new strategies and actors capable of obtaining resources to achieve this goal, such as the users. If one cornerstone of the psychiatric reform consists of changing the type of relationship established with the person with mental disorders, why this relationship, nowadays, is still dominated by technique and unevenness, where on one side we have a person who knows something and who needs take care of someone, and on other side we have another who knows nothing and thus needs to be cared for? Starting from this problematization of the traditional methods of health/mental health care, an attempt was made to investigate in what ways the mutual help practices between people with mental disorders can realize potential avenues not yet explored within the scope of psychiatric reform. The objective of this research was to map possible mutual help practices among the users, and the technical understanding of such practices. For that, we took part in the daily activities of the CAPS, mapping the experiences of mutual help among users. In addition, we accompanied the users in external activities (such as return home, trips, etc), and we had roundtables with the professionals. The research was guided by theoretical-methodological references of the institutional analysis. The results pointed to a lack of behaviors of mutual help or support among users, something that can probably be explained by the service work dynamics, as well as the relationship between technicians and users, which has a tendency to create hurdles for meetings among users, as well as being non-conducive to their empowerment.