Crônicas do imaginário : Um estudo antropológico sobre crianças com câncer do Hospital Universitário Oswaldo Cruz /

Esse trabalho versa sobre a forma como crianças com câncer no centro de oncologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz e suas mães (acompanhantes), vêem e dão sentido ao seu adoecimento, à morte e ao morrer. No intuito de aproximar-me da dialogia entre o real e o imaginário, e desse modo, entre a...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Farias, Daniella Rodrigues de., Nogueira, Maria Aparecida Lopes., Universidade Federal de Pernambuco.
Formato: Dissertação
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Descrição
Resumo:Esse trabalho versa sobre a forma como crianças com câncer no centro de oncologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz e suas mães (acompanhantes), vêem e dão sentido ao seu adoecimento, à morte e ao morrer. No intuito de aproximar-me da dialogia entre o real e o imaginário, e desse modo, entre a natureza e a cultura, presentes em seu relato, optei, pautando-me nos pressupostos epistêmico-metodológicos das idéias trazidas pela complexidade - o que viabilizou a apreensão do mito de Édipo ancorando o discurso do sofrimento e da culpa - por estudar as histórias contadas por esses pequenos doentes, em oficinas de arteterapia empreendidas naquele hospital e publicadas posteriormente. As narrativas, que são meu principal norte, falam de suas dores, sonhos, medos e esperanças de maneira figurada, sendo apreendidas aqui como metáforas do que seriam suas entrevistas. Também foram realizadas entrevistas semi-abertas com algumas mães (acompanhantes), na própria enfermaria, que serviram como ponte entre a fantasia e a realidade das crianças. Ao contrário do que se convenciona como dissertação, o texto não foi dividido em capítulos, não havendo, portanto, um sentido a ser seguido. Há sim, pequenos títulos dentro do grande tema, onde estão imbricados e são desenvolvidos em conjunto, dados empíricos, metodologia, fundamentação teórica e percepções intersubjetivas, de acordo com o princípio hologramático da complexidade, em que as partes estão contidas no todo, porém o todo também está contido nas partes. Assim pode-se ler a dissertação na ordem do desejo do leitor: do meio para o fim, do fim para o começo, etc.#$&Finalmente, essa pesquisa levou-me a concluir que saúde e vida não são sinônimas. Ao contrário do que imagina o senso comum, o hospital não é lugar de não-vida, mas um espaço onde a esperança dialogiza com a morte, configurando-se, inclusive para as crianças (como testemunham suas histórias), ou seja, não apenas para as mães e demais profissionais de saúde, numa possibilidade de olhar para dentro de si mesmos, e desse modo, num nascedouro de novas vidas.#$&ABSTRACT This work focuses on the way the children suffering from cancer, at the Oncology Center of the Oswaldo Cruz University Hospital, and their mothers, feel their illness, death and dying. With the objective of approaching the dialogue between the real and the imaginarium and this way between nature and culture present in their reporte, l chose, to study the histories of the ill children during the art therapy workshops that took place in that Hospital and were published later on. This was done based on the epistemic/methodological ideas brought by the complexity of the Oedipus myth, and focusing on the suffering and the guilt feeling. The narratives, which are my main focus, speak about the their pain, their dreams their fears and their hopes, in a figurative manner, being aprehended here as metaphors of what would be their interviews. Semi-Directed Interviews with some of the mothers were also undertaken in the Hospital setting. They served as a bridge between the fantasy and the reality of the children. In the contrary of what is usually expected, the work is not divided in chapters and there is no meaning to be followed. There are short sub-titles within the great theme, where they are inserted and developed: empirical data, methodology, theoretical framework and intersubjective perceptions, according to the hologramatic principle of complexity. According to such a principle, the parts are inserted in the whole and the whole is inserted in the parts. Thus, the dissertation can be read through any desired order, that is, from the middle to the end, from the end to the beginning, etc.#$&Finally, this research led me to understand that health and life are not synonyms. In the contrary of what is believed in the common sense, the Hospital is not the place of the non-life, but a space where hope communicates with death. This is the case among the children as well (as it is reflected in their histories), not only the mothers and health staff, as a possibility to look within themselves and this way, in the birth of new lives.