A comunidade Quilombola de Acauã Cunhã (Cunhã Velha), Rio Grande do Norte : Estudo antropológico /

Resumo do Estudo Antropológico - Acauã (março-julho, 2006 : Município: Poço Branco. Estado: Rio Grande do Norte. População: 224 pessoas; l 18 homens (52,67%) e 106 mulheres (47.33%). Unidades familires: 56. Unidades domesticas: 42. Famílias cadastradas pelo INCRA: 5 l (agosto de 200 ) Média populaci...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Valle, Carlos Guilherme Octaviano do., Universidade Federal do Rio Grande do Norte., Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA., Superintendência Regional do Rio Grande do Norte (SR 19).
Formato: Relatório Acadêmico
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Valle, Carlos Guilherme Octaviano do.
Valle, Carlos Guilherme Octaviano do.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
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Superintendência Regional do Rio Grande do Norte (SR 19).
A comunidade Quilombola de Acauã Cunhã (Cunhã Velha), Rio Grande do Norte : Estudo antropológico /
description Resumo do Estudo Antropológico - Acauã (março-julho, 2006 : Município: Poço Branco. Estado: Rio Grande do Norte. População: 224 pessoas; l 18 homens (52,67%) e 106 mulheres (47.33%). Unidades familires: 56. Unidades domesticas: 42. Famílias cadastradas pelo INCRA: 5 l (agosto de 200 ) Média populacional por residência: 5,33 pessoas. Principal atividade econômica: agricultura. Resumo histórico: A maior parte das famílias que atualmente vivem na comunidade de Acauã foi atingida pela construção da barragem de poço Branco, iniciada no fim da década de 1950 e completada em 1969, quando foi inaugurada. A antiga cidade de Poço Branco foi inundada bem como povoados e comunidades, situadas à beira do rio, tal como a antiga Acauã. Suas famílias foram removidas e criaram novos lugares e povoados como a atual sede municipal e a atual Acauã. Através de negociação com o prefeito e os diretores da obra da barragem, as famílias de Acauã conseguiram uma área de terra onde vivem ainda hoje (por volta de 4 hectares). Na ocasião, dezessseis famílias foram alocadas no lugar, apenas uma parte dos que anteriormente viviam na antiga Acauã ou Cunhã velha , como continuam se referindo ao lugar de origem. Segundo a história oral, aquela área teria sido descoberta no passado por José Acauã, escravo que fugiu do cativeiro e do trabalho forçado. As versões deste momento originário envolvem também a chegada dos antepassados das atuais familías de Acauã.#$&A memória genealógica reporta-se às três irmãs da família Santana que casaram com José Gomes e Sebastião Rodrigues, iniciando, assim uma intrincada rede de relações de parentesco e de aliança. União das três irmãs, Catar na Santana, teria praticamente nomeado a família que se segue e se ramifica densamente até hoje: a família Catarino. Todas estas famílias descendentes de ex-escravos viviam como agricultores em terras das duas margens do rio Ceará Mirim, consideradas como terras livres, sem dono, "desimpedidas", portanto "terras do Estado". O processo de concentração fundiária implicou no crescimento das ''terras aforadas", quais sejam, terras registradas em cartório, e a redução das arcas e terras livres que não eram cercadas. Essa situação coincide com o quadro polílico da emancipação de Poço Branco do município de Taipu, em 1963, e com a construção da barragem, década de 1960. Com a inauguração da barragem, as famílias de Acauã tiveram de se retirar dos locais onde viviam e plantavam. Desde então, as famílias passaram a arrendar terra para a manutenção da autonomia econômica doméstica (cultivos de mandioca, feijão e milho). O trabalho no corte de cana de açúcar passou a ser uma opção tanto em Taipu como Ceará Mirim. Trabalho como diarista é bastante comum. Nesta situação de precariedade social e econômica tem persistido desde a época da remoção. Das 16 famílias originárias da antiga Acauã, algumas saíram. Outras vem se mantendo, especialmente os Catarino, através do fortalecimento evidente de relações de casamento na parentela. Casamentos de primos paralelos e cruzados é bastante comum. Além disso, apadrinhamento é recorrente, fortalecendo os vínculos internos. A idéia de que todos são parentes e compõem uma mesma família é comum, implicando um sentido identitário evidente.#$&Proposta de Delimitação dn Terra de Quilombo: Inclui o local de moradia atual das famílias da comunidade, conhecido por Acauã (4,149 ha). Engloba as terras que compõem as propriedades de Heriberto José Turra (Fazenda Gaincleira ou Carapina; (81,3850 hectares), Manuel Ferreira da Cruz Irmão (Sítio São Luiz; 30,8658 hectares), Antônio Soares da Rocha (Fazenda Amarelona; 268,69 7 hectares) e Elias de Azevedo da Cunha Filho (Fazenda Maringá; 445,1890 hectares. Inclui igualmente seções da fazenda Santa Terezinha de propriedade de Cícero Justino da Rocha (uma área de 23,1715 hectares e outra área de 38,9610 hectares) e do imóvel de Belchior Oliveira da Rocha (Sitio São Sebastião; 21,9992 hectares). A área a_ser proposta equivale aproximadamente à extensão de 914,42 hectares.
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