Recorrência familial e composição racial na esquistossomose mansônica /

O objetivo deste trabalho foi estudar a composiçãoracial e a recorrência familia, numa área hiperendêmica, da esquitossomose mansônica, de Catolândi - Bahia, com população de 1130 habitantes. A raça foi classificada pela forma usual (n=967), em: branca (42,2%), mulata (54,4%) e negra (5,4%). A raça,...

ver descrição completa

Na minha lista:
Detalhes bibliográficos
Principais autores: Tavares-Neto, José., Universidade de Brasília.
Formato: Dissertação
Publicado em:
Assuntos:
Endereço do item:https://app.bczm.ufrn.br/home/#/item/75894
Tags: Adicionar Tag
Sem tags, seja o primeiro a adicionar uma tag!
Descrição
Resumo:O objetivo deste trabalho foi estudar a composiçãoracial e a recorrência familia, numa área hiperendêmica, da esquitossomose mansônica, de Catolândi - Bahia, com população de 1130 habitantes. A raça foi classificada pela forma usual (n=967), em: branca (42,2%), mulata (54,4%) e negra (5,4%). A raça, também, foi classificada pelo método de KRIEGER ET AL. (n=1125) em : mestiço de índio (11,7%), branco (20,4%), mulato-claro (37,0%), mulato-médio (18,9%), mulato-escuro (10,8%) e negro (1,2%). O nível sócio-econômico, da população estudada, foi determinada pelo somatório de 16 variáveis, referntes ao abastecimento de água, condição da habitação, destino dos dejetos e renda familiar. A média de postos (teste de Kruskall-Wallis) do nível sócio-econômico, diferiuentre os grupos raciais, de forma altamente significante: branco (714,80), mestiço de índio (539,93), mulato-claro (563,59), mulato-médio (483,93), mulato-escuro (457,96) e negro (377,54). Os brancos, não só tinham melhor nível sócio-econômico, como eram mais alfabetizados. Em 1976, o primeiro exame Kato-Katz foi positivo, para ovos de SMANSONI, em 74,6% dos indivíduos, sendo 23,0% com > 500 ovos/g de fezes; em 1985, no 13º exame, essas cifras eram, respectivamente 37,4% e 3,7%; isto após três tratamentos específicos e a à implantação do serviço de água em 1982. Não obstante, doze ods treze exames, foi positiva em 71,7% dos indivíduos, de todas as faixas etárias.#$&A presença de ovos, do Smansoni, nas fezes foi mais freqüente nos indivíduos negróides. No exame de 1985, principalmente com a classificação usual, os brancos não só eram menos positivos (35%), como tinham menos indivíduos com > 500 ovos/g de fezes (4,4%), em comparação aos negros, respectivamente, 57,7% e 9,6%. A média de ovos, dos treze exames, mostrou a mesma tendência, dos brancos e mulatos-claros com médias menosres. Essa diferença ficou mais evidente, com a classificação usual, pelo teste de Kruskal-Wallis em que as médias de postos foram: 543,9 (brancos); 540,6 (mulatos) e 756,2 (negros). O teste de Mann-Whitney mostrou diferenças somente dos negros relação aos demais grupos. Ao analisar a média de ovos, por intervalo de classes, os indivíduos escuros (mulato-escuro+negro) tinhammenor número de negativos (22,6%) e maior de médias mais elevadas (23,3%, do que os claros (brancos+mulato-claro) com 42,6% e 12,9%, respectivamente.Isto poderia ser consequência do pior nível sócio-econômico, favorecendo a infecção nos negróides. Ademais, os brancos (ou claros), pelo melhor nível sócio-econômico, teriam mais acesso á cura parasitológica através dos serviços de saúde. A presença da forma hepatosplênica incluindo os esplenectomizados, em qualquer dos seis exames clínicos, foi classificada como diagnóstico final, sendo de 5% em 1125 indivíduos. Tanto na classificação racial usual, cmo na de Krieger Et Al. (1965), a distribuição do diagnóstico grave (hepatosplênico) nos diversos grupos raciais, foi de 2,3% no mestiço de índio; 10,5% no branco; 4,3% no mulato-claro; 3,8% no mulato-médio; 2,5% no mulato-escuro e 0% no negro. A relação associativa foi altamente significante (p<0,01).#$&Também a análise estatística evidenciou não haver diferênça das freqüências do diagnóstico grave nos indivíduos negróides e mestiços de índio. Assim, o diagnóstico final grave ocorreu, em 10,5% dos brancos e em 3,6% dos não-brancos (p<0,0001). Como a forma grave não aparece antes dos seis anos de idades, os riscos, relativos nos brancos, acima desta idade, foi de 3,1. Entre os membros das famílias nucleares (genitores e filhos) com dois ou mais casos graves, os indivíduoas brancos tinham, significativamente (p, 0,0001), maior freqüência do diagnóstico grave (58,9%) do que nos não-brancos(32,2%). O grau de contato, com as fontes de água natural, foi avaliado pelo somatório de 13 atividades habituais, em um estudo pareado, com indivíduos de diagnóstico final grave e leve. As atividades habituais e o grau de contato foram uniformes entre os dois grupos de pacientes, independente de seus níveis sócio-econômicos. As médias de postos ( teste de Man-Whitney), calculadas para o ano de 1980, dos graves (59,6) e leves (63,4) não diferiram (p>0,50);o mesmo ocorrendo (p> 0,30), quando as informações forma extraídas tomando por base o grau de contato do ano do presente estudo, 1986. Portanto, o referido grau de contato, com as fontes de águas natural, não foi satisfatório para explicar o maior prevalência de infecção nos negróides. A associação, da hepatoesplenomegalia esquistossomótica, com a raça branca ficou mais consistente, porque essa situação clínica teve correlação com marcadores genéticos caucasóides, grupo sangüíneo A do sistema ABO e nomes de família não-religiosos, principalmente, os de origem em planta/animal.#$&Enquanto, 61,7% dos hepatosplênicos tinham o grupo A, a freqüência nos hepatointestinais foi de 48,0% (p< 0,05). Já os sobrenomes de origem em nomes de planta/animal foram significativamente (p<0,0000!) mais freqüentes nos hepatosplênicos (51,1%) do que nos hepatointestinais (16,2%). A influencia do componte genético, ficou mais evidente no estudo da consagüinidade; nos branco-consangïneos, a freqüencia do diagnóstico grave, foi de 23,6% e nos não-consagüineos de 6,3%, nos não-brancos foi, respectivamente 2,2% e 3,8%, essas diferenças foram altamente significante (X3²= 45,22 p< 0,00001). A freqüencia do diagnóstico grave, nos brancos não-consagüineos, não diferiu da observada nos negróides (X1² c= 2,31 p> 0,10). essas verificações foram confirmadas através do teste do Woolf e o risco relativo, dos brancoa-consagüíneos, de adquirirem a hepatosplenomegalia esquistossomótica, foi de 7,4. Em famílias nucleares,193 (72,8%) não tinham membros com o diagnóstico grave, 34 (12,8%) tinham um caso e em 38 (14,4%) existiam dois ou mais casos graves. Destas 38 famílias, em 21 haviam em dois casos; em 9, três, em 6,quatro; em 1, seis em 1 outra oito casos graves. No entanto, as proporções de casos graves, nã sugeriram um dos mecanismos clássicos de herança mendelina. A recorrência familial do diagnóstico hepatosplênico foi alta, em Catolândia. O número de famílias nucleares com dois, três ou mais casos, principalmente foi acma do esperado, de modo significativo.#$&Mesmo para famílias com eis membros e o valor hipotético do diagnóstico grave (q) de 14%, a probabilidade da ocorência de três casos seria pequena (<0,04). Também, o número de irmandades com dois ou mais casos graves (n=29) foi acima do esperado, mesmo se g fosse igual a 10% (ne=14,5). Os irmãos tiveram uma relação associativa, altamente significante, dos diagnósticos graves e leves ( X1²= 62,53 p<0,00001), o mesmo ocorrendo com as mães e filhos (X1²=62,53 p<0,00001) e em menor proporção dos pais e filhos (X1²=4,21 p>0,05). Contudo, entre marido e mulher, não ocorreu relação significante (X1²= 2,62 p>0,10). A freqüência de filhos, com o diagnóstico grave, variou conforme o diagnóstic dos pais. Quando ambos tinham o diagnóstico leve, a freqüência foi semlhante à da população geral (5,9%); tendo somente o pai, diagnóstico grave, foi de 13,7% e no caso da mãe passou a 48,6%. Finalmente quando pai e mãe apresentaram diagnóstico grave, afreqüência foi de 37,5%. Os riscos relativos de filhos graves nesses tipos de casais foram, respectivamente (valores aproximados): 1,3,17 e 11. Assim, na evolução para a forma hepatosplênica, existiriam também, influências de efeitos maternos, predisponentes e que poderiam ser componentes do ambiente, pois exerceram influência semelhante nos filhos e nas filhas. Por outro lado, apesar desses efeitos meternos, a recorrência da forma grave na irmandade, sem a mãe portadora, foi alta (n=20), evidenciando desse modo, também, a influência do compnente genético. Se os efeits maternos, traduzissem somente as influências ambientais e, se houvesse paralelismo entre a infecção esquistossomótica e à doença hepatosplênica, existiria maior concordância das médias de ovos das mães com as dos filhos.#$&No entanto, observou-se maior concordância das média dos pais com as dos filhos. Essas observações reforçam a contribuição, do componente genético, para o desenvolvimento da forma hepatosplênica da esquistossomose masônica; apesar da necessidade de distinção, dos fatores envolvidos na infecção e na doença hepatosplênica esquistossomótica.