Corporeidade, toxicomania e delinqüência juvenil /

Resumo: A compreensão da realidade do adolescente infrator requer uma profunda reflexão sobre o paradoxo de sua existência, ou seja, de sua condição de excluído. O presente estudo teve por objetivo investigar o mundo vivido por uma adolescente infratora, procurando compreender o significado das rela...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Monteiro, Sandoval Villaverde., Cavalcanti, Kátia Brandão., Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Formato: Monografia UFRN
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Endereço do item:https://app.bczm.ufrn.br/home/#/item/62101
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Resumo:Resumo: A compreensão da realidade do adolescente infrator requer uma profunda reflexão sobre o paradoxo de sua existência, ou seja, de sua condição de excluído. O presente estudo teve por objetivo investigar o mundo vivido por uma adolescente infratora, procurando compreender o significado das relações entre as variáveis corporeidade, toxicomania e delinqüência juvenil. Para a realização da pesquisa, foram estabelecidos os seguintes pressupostos teóricos: (1)A realidade social não se constitui num fenômeno natural, mas está vinculada à produção concreta da existência dos homens(VIOLANTE); (2)Os valores dominantes na sociedade capitalista correspondem aos valores da classe economicamente dominante(MARX); (3)A problemática da dependência às drogas insere-se num contexto mais amplo da própria dependência humana(BUCHER); (4)A corporeidade está estruturada num campo multidimensional, segundo uma ordem implicada de interrelações, na qual o fenômeno parte-todo revela-se indissociável(CAVALCANTI); (5)A delinqüência, ilegalidade dominada, é um agente para a ilegalidade dos grupos dominantes(FOUCAULT). Esta pesquisa se caracteriza como descritiva do tipo estudo de caso. As principais abordagens de análise utilizadas neste estudo foram o método biográfico e o interacionismo simbólico. Os resultados obtidos sobre a história de vida, bem como os significados existenciais da adolescente em questão e a fundamentação teórica elaborada, permitiram considerar as seguintes conclusões: (l)No cotidiano existencial de uma adolescente infratora, o corpo é valorizado à medida que vive em liberdade na busca de sua#$&autêntica ludicidade, contrapondo-se ao corpo disciplinado, maltratado e aprisionado da vida institucionalizada; (2)No mundo vivido por uma adolescente infratora, a corporeidade se estrutura sobre a resistência e a transgressão de uma vida de luta para ter acesso aos bens materiais usufruídos ostensivamente pelas classes privilegiadas; (3)A delinqüência no contexto das populações excluídas, sobretudo entre crianças e adolescentes, pode ser entendida como mecanismo de sobrevivência, manifestando-se pela revolta e insubmissão às suas condições de opressão, abandono e miséria; (4)0 consumo de drogas por crianças e adolescentes em condições de vulnerabilidade social, pode assumir um caráter funcional de compensação em busca do prazer e da fantasia, considerando a situação da cidadania negada; e (5)As instituições públicas de assistência social a crianças e adolescentes, reproduzem e potencializam a condição de exclusão, à medida que não enfrentam a problemática da cidadania em sua totalidade e dissimulam a relação opressor/oprimido. A partir das conclusões deste estudo, recomenda-se que: (1)Pesquisas com maior poder de generalização sejam realizadas com crianças e adolescentes, buscando aprofundar as conclusões apresentadas neste estudo,#$&como também procurando estabelecer novas interrelações entre as variáveis aqui estudadas; (2)Os fenômenos da exclusão, do consumo de drogas e da delinqüência juvenil sejam abordados em cursos de graduação e pós-graduação em Educação Física e demais áreas das ciências humanas; (3)A problemática da corporeidade seja incluída nos currículos de formação dos profissionais que atuam na área de assistência social; (4)As instituições assistenciais que lidam com crianças e adolescentes promovam treinamentos sistemáticos para as suas equipes, no intuito de melhor compreender as questões ligadas à corporeidade, à ludicidade e à cidadania; (5)A participação de um profissional de Educação Física especializado, seja assegurada na composição das equipes técnicas de instituições assistenciais para crianças e adolescentes; (6)Metodologias como a animação sócio-cultural sejam adotadas no trabalho de desenvolvimento comunitário no sentido de garantir o exercício da cidadania; (7)Novas formas de intervenção educativa sejam propostas em instituições assistencais para crianças e adolescentes, dentro de um entendimento mais amplo de sociedade e desenvolvimento humano.