Evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu (Sub-bacia de Mundaú, Bacia do Ceará - NE do Brasil) : abordagem multiescala e pluriferramental /

O campo de Xaréu, localizado na porção centro-meridional da Sub-Bacia de Mundaú (leste da Bacia do Ceará), é caracterizado por um arranjo principal de falhas de direção NW-SE que mergulham, mormente, para NE. As falhas do Campo, dentre as quais se destaca a Falha de Xaréu, se estruturam segundo um l...

ver descrição completa

Na minha lista:
Detalhes bibliográficos
Principais autores: Antunes, Alex Francisco., Sá, Emanuel Ferraz Jardim de., Silva, Fernando Cesar Alves da., Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Formato: Tese
Publicado em:
Assuntos:
Endereço do item:https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/18351/1/AlexFA_TESE.pdf
Tags: Adicionar Tag
Sem tags, seja o primeiro a adicionar uma tag!
id oai:localhost:123456789-41428
record_format dspace
institution Acervo SISBI
collection SIGAA
topic Fraturas (Geologia)
Tese.
Fraturamento natural - Caracterização.
Estruturas tectônicas - Campo de Xaréu (CE).
Features (Geology).
Reservoirs.
Tectonic structures.
Reservatórios não-aflorantes.
spellingShingle Fraturas (Geologia)
Tese.
Fraturamento natural - Caracterização.
Estruturas tectônicas - Campo de Xaréu (CE).
Features (Geology).
Reservoirs.
Tectonic structures.
Reservatórios não-aflorantes.
Antunes, Alex Francisco.
Sá, Emanuel Ferraz Jardim de.
Silva, Fernando Cesar Alves da.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu (Sub-bacia de Mundaú, Bacia do Ceará - NE do Brasil) : abordagem multiescala e pluriferramental /
description O campo de Xaréu, localizado na porção centro-meridional da Sub-Bacia de Mundaú (leste da Bacia do Ceará), é caracterizado por um arranjo principal de falhas de direção NW-SE que mergulham, mormente, para NE. As falhas do Campo, dentre as quais se destaca a Falha de Xaréu, se estruturam segundo um leque lístrico distensional enraizado ao longo de uma superflcie de detachment que corresponde à Falha de Mundaú, borda SW da sub-bacia homônima. Durante a evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu e da Sub-Bacia de Mundaú, a Falha de Mundaú representou um papel determinante no controle da geometria de ambos os compartimentos. A unidade carbonática principal do Campo de Xaréu, lormalmente denominada de Membro Trairi (Neo-Aptiano a Eoalbiano da Formação Paracuru), detém o maior volume de petróleo no Campo, que está concentrado em acumulações estruturalmente controladas. O Membro é composto por uma variedade de rochas carbonáticas (calcilutitos maciços, acamadados ou laminados, ostracoditos, calcarenitos e ruditos carbonáticos, todos apresentando variados graus de dolomnização) intercaladas em pacotes espessos de folhelhos negros e margas, além de apresentar, localmente, níveis de conglomerados siliciclásticos, arenitos, sinitos e argilitos. A associação espacial e as relações genéticas entre as unidades carbonáticas e siliciclásticas permite agrupá-las em três associações de litolácies (Planície Marginal, Rampa e Fundo Lacustre) que, em conjunto, tiveram sua origem a partir de um sistema lacustre com sabkha marginal associada. Estudos estruturais realizados em testemunhos de sondagem#$&que amostram o Membro Trairí no Campo de Xaréu permitiram caracterizar duas gerações de estruturas em escala meso a microscópica: o conjunto referido como D1 apresenta, em parte, um típico caráter hidroplástico, caracterizado por cisalhamentos intra e interestratais e zonas de cisalhamento obliquas ao acamamento, o que permite inferir que tais estruturas tenham sido formadas ainda em uma etapa precoce da litificação das rochas do Membro Trairí, implicando em uma provável idade eocretácea. Outras estruturas, de igual cinemática, são caracteristicamente frágeis e tardias. Um segundo conjunto de estruturas identificado nos testemunhos, nomeadas D2 e atribuídas ao Neógeno, apresentam um caráter estritamente frágil, sendo tipificadas por falhas normais e slickenlínes contendo fibras de argilominerais recristalizados oom orientações muito variadas. Embora as falhas presentes no Campo de Xaréu (e, por conseguinte, na Sub-Bacia de Mundaú) sejam classicamente referidas como estruturas de rejeito essencialmente normal a análise cinemática das estruturas meso e microscópicas D1 observadas nos testemunhos de sondagem, permite definir que as falhas apresentam, de fato, deslocamentos oblíquos (normal com uma componente de rejeno lateral dextral, subordinada), indicando um sentido principal de transporte tectônico para ENE. Estes movimentos oblíquos seriam a resposta à instalação de um contexto transtracional na Sub-Bacia de Mundaú, por sua vez reflexo da tectônica transcorrente/translormante de abertura da Margem#$&Equatorial Atlântica. Do balanceamento de quatro seções estruturais do Campo de Xaréu foi observado que a Falha de Mundaú loi responsável por mais de 50% de todo o estiramento registrado a partir do Eoaptiano. Entre os estágios iniciais do 'rifteamento', no Eoaptiano, e o Recente, a Sub-Bacia de Mundaú (e conseqüentemente o Campo de Xaréu) experimentou um estiramento total (fator ß) compreendido entre 1,21 e 1,23, ou seja, a crosta neste segmento da Margem Equatorial Atlântica solreu uma elongação pouco superior a 20%. Apartir de estimativas de sentidos de transporte obliquos relacionados às falhas, foi possível construir diagramas que permitem determinar fatores de estiramentos relacionados a estes deslocamentos. Utilizando estes diagramas e assumindo o sentido de transporte tectônico predominante para ENE, indicado a partir das estruturas D1 nos testemunhos, foi possível calcular os fatores de estiramento reais relacionados ao movimento oblíquo das falhas na Sub-Bacia de Mundaú, chegando-se, então, a valores compreendidos entre 1,28 e 1,42. Em adição ao estudo tectono-estrutural concentrado no Campo de Xaréu, a interpretação de produtos espaciais de sensores remotos aliada, principalmente, à caracterização de análogos de terreno, localizados em áreas selecionadas ao longo da porção setentrional do Estado do Ceará (margens continentais das bacias do Ceará e Potiguar), complementaram o conhecimento e o entendimento quanto à evolução tectono-estrutural do Campo. Os trabalhos de levantamento de campo loram particularmente eficazes no reconhecimento e mapeamento, em escala de semidetalhe, de várias gerações de estruturas#$&originadas sob regime frágil. Todas as informações obtidas (no Campo de Xaréu e dos dados de sensores remotos e estudo de análogos de terreno) foram interpretadas conjuntamente, culminando com a proposição de um modelo evolutivo para este segmento da Margem Equatorial Atlântica em que a área de estudo está encaixada, que também pode ser ampliado para a Margem como um todo. Sendo assim, ficou caracterizado que este segmento da Margem Equatorial experimentou uma deformação em regime transcorrente/transtrativo dextral de direção E-W (considerando a posição atual da Placa Sul-Americana) atuante, pelo menos, a partir do Eoaptiano, o qual deixou seu registro em diversos afloramentos ao longo da porção setentrional do Estado do Ceará e no próprio Campo de Xaréu. Apartir do Albiano, a continuidade deste regime tectônico levou à separação definitiva entre as placas Sul-Americana e Americana, com a formação de litosfera oceânica entre os dois blocos continentais, graças á instalação de dorsais oceânicas e a conseqüente transição de um regime essencialmente transcorrente para um regime translormante ao longo das zonas de fraturas oceânicas E-W, originando assim o Oceano Atlântico Equatorial. Com a separação entre as placas Sul-Americana e Americana já completada e o contínuo distanciamento entre elas, outros mecanismos tectônicos passaram a atuar no decorrer do Cenozóico (embora existam indícios de que o regime tectônico iniciado no Cretáceo tenha continuado até o Neógeno), a exemplo de um regime compressivo E-W operante desde final do Cretáceo (relacionado à expansão do assoalho oceânico ao#$&longo da Dorsal Mesoatlântica, somada à compressão da Cadeia Andina) e de um estado de expansão geral na superfície horizontal devido ao soerguimento termicamente ativado da porção central da Província Borborema, efetivo no Neógeno. superposição de eventos cenozóicos na Placa Sul-Americana levou à impressão de um quadro tectônico complexo que, aparentemente, influência na migração e armadilhamento de hidrocarbonetos na Bacia do Ceará.#$&The Xaréu Oil Field, located in the center-southern portion of the Mundaú Sub-Basin (eastern portion of the Ceará Basin), is characterized by a main Iramework of NW-trending and NE-dipping faults. The faults in the Xaréu Oil Field, among which the Xaréu Fautt stands out, are arranged according to an extensional-listriclan, rooted on a detachment surface corresponding to the Mundaú Fault, the border fautt of Mundaú Sub-Basin. During the tectonic-structural evolution of the Xaréu Oil Field and the Mundaú Sub-Basin, the Mundaú Fault played a crucial role on the control of the geometry of both compartments. The main carbonatic unit in the Xaréu Oil Field, named the Trairí Member(Paracuru Formation of Late Aptian to Early Albian age), contains the largest oil volume in the field, concentrated in structurally-controlled accumulations. The Trairí Member is composed by a variety of carbonatic rocks (massive, bedded or laminated calcilutites, ostracodites, calcarenites and carbonatic rudites, all of them presenting variable degrees of dolomitization). The carbonatic rocks are interbedded into thick packages of black shales and marls, besides local beds of siliciclastic conglomerates, sandstones, siltnes and argillites. From the spatial association and the genetic relationships between the carbonatic and siliciclastic units, it is possible to group them in three lithofacies associations (Marginal Plain, Ramp and Lacustrine Interior) that, together, were developed in a lacustrine system associated to a marginal sabkha. Structural studies based on drill cores#$&that sample the Trairí Member in the Xaréu Oil Field allowed to characterize two generations of meso- to microscale structures: the D1 group presents a typical hydroplastic character, being characterized by intra/interstratal to oblique-bedding shear zones. The hydroplastic character related to these structures allowed to infer their development at an early-lithilication stage of the Trairí Member, leading to infer an Early Cretaceous age to them. The second group of structures identified in the drill cores, nominated D2 and ascribed to a Neogene age, presents a strictly brttle character, being typilied by normal faults and slickenfibers of re-crystallized clayminerals, ali olthem displaying variable orientations. Although the present faults in the Xaréu Oil Field (and, consequently, in the Mundaú Sub-Basin) were classically relerred as struetures of essentially normal displacement, the kinematics analysis of the meso-to microscaie D1 struetures in the drill cores led to deline oblique displacements (normal with a clockwise strike-slip component) to these faults, indicating a main tectonic transport to ENE. These oblique movements would be responsible for the installation of a transtensive context in the Mundaú Sub-Basin, as part of the transcurrent to translormant opening of the Atlantic Equatorial Margin. The balancing of four struetural cross-sections ofthe Xaréu Oil Field indicates that the Mundaú Fault was responsible for more than 50% of the total stretching (ß factor) registered during the Early Aptian. At the initial stages of the "rifting", during Early Aptian#$&until the Holocene, the Mundaú Sub-Basin (and consequently the Xaréu Oil Fleld) accumulated a total stretching between 1.21 and 1.23; in other words, the crust in this segment of the Atlantic Equatorial Margin was subjeeted to an elongation of about 20%. From estimates of oblique displacements related to the faults, it ws possible to construct diagrams that allow the determination of stretching factors related to these displacements. Using these diagrams and assuming the sense 01 dominant teetonictransport towards ENE, it was possible to calculate the real stretching lactors related to the oblique movement 0 of the faults in the Mundaú Sub-Basin. which reached actual values between 1.28 and 1.42. ln addnion to the tectonic-structural studies in the Xaréu Oil Field, the interpretation of remote sensing products, coupled wnh characterization of terrain analogues in seleeted areas along the northern Ceará State (continental margins of the Ceará and Potiguar basins), provided addnional data and constraints about the teetonic-structural evolution of the oil lield. The work at the analogue sites was particularly effective in the recognition and mapping, in semidetail scale, several generations of struetures originated under a brittle regime. Ali the obtained information (from the Xaréu Oil Field, the remote sensor data and the terrain analogues) were jointly interpreted, culminating with the proposnion of an evolutionary model lor this segment of the Atlantic Equatorial Margin; this model that can be applied to the whole Margin, as well. This segmentof the Atlantic Equatorial Margin was delormed#$&in an early E-W (when considered lhe present-day position of the South American Plate) transcurrent to transform regime with dextral kinematics, started Irom, at least, the Early Aptian, which left its record in several outcrops along the continental margin of the Ceará State and specilically in the Xaréu off Field. The continuous operation of the regime, through the Albian and later periods, led to the definitive separation between the South American and African plates, with the formation of oceanic lithosphere between the two continental blocks, due to the emplacement off spreading centers. This process involved the subsequent transition of the transcurrent to a translorm dextral regime, creating lhe Equatorial Atlantic Oceano With the separation between the South American and African plates already completed and the increasing separation between lhe continental masses, other tecton ic mechanisms began to act during the Cenozoic (even though the Cretaceous tectonic regime lasted until the Neogene), like an E-W compressive stress líeld (related to the spreading olthe oceanic floor along lhe M id-Atlantic Ridge and to the compression of the Andean Chain) effective Irom the Late Cretaceous, and a state of general extension olthe horizontal surface (due to the thermal uplift ofthe central portion of Borborema Province), effective during the Neogene. The overlap of these mechanisms during the Cenozoic led to the imprint of a complex tectonic framework, which apparently influenced the migration and entrapment 01 hydrocarbon in the Ceará Basin.
format Tese
author Antunes, Alex Francisco.
Sá, Emanuel Ferraz Jardim de.
Silva, Fernando Cesar Alves da.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
author_facet Antunes, Alex Francisco.
Sá, Emanuel Ferraz Jardim de.
Silva, Fernando Cesar Alves da.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
author_sort Antunes, Alex Francisco.
title Evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu (Sub-bacia de Mundaú, Bacia do Ceará - NE do Brasil) : abordagem multiescala e pluriferramental /
title_short Evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu (Sub-bacia de Mundaú, Bacia do Ceará - NE do Brasil) : abordagem multiescala e pluriferramental /
title_full Evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu (Sub-bacia de Mundaú, Bacia do Ceará - NE do Brasil) : abordagem multiescala e pluriferramental /
title_fullStr Evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu (Sub-bacia de Mundaú, Bacia do Ceará - NE do Brasil) : abordagem multiescala e pluriferramental /
title_full_unstemmed Evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu (Sub-bacia de Mundaú, Bacia do Ceará - NE do Brasil) : abordagem multiescala e pluriferramental /
title_sort evolução tectono-estrutural do campo de xaréu (sub-bacia de mundaú, bacia do ceará - ne do brasil) : abordagem multiescala e pluriferramental /
publishDate 2022
url https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/18351/1/AlexFA_TESE.pdf
work_keys_str_mv AT antunesalexfrancisco evolucaotectonoestruturaldocampodexareusubbaciademundaubaciadocearanedobrasilabordagemmultiescalaepluriferramental
AT saemanuelferrazjardimde evolucaotectonoestruturaldocampodexareusubbaciademundaubaciadocearanedobrasilabordagemmultiescalaepluriferramental
AT silvafernandocesaralvesda evolucaotectonoestruturaldocampodexareusubbaciademundaubaciadocearanedobrasilabordagemmultiescalaepluriferramental
AT universidadefederaldoriograndedonorte evolucaotectonoestruturaldocampodexareusubbaciademundaubaciadocearanedobrasilabordagemmultiescalaepluriferramental
_version_ 1766802751196495872
spelling oai:localhost:123456789-414282022-11-29T22:08:21Z Evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu (Sub-bacia de Mundaú, Bacia do Ceará - NE do Brasil) : abordagem multiescala e pluriferramental / Antunes, Alex Francisco. Sá, Emanuel Ferraz Jardim de. Silva, Fernando Cesar Alves da. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Fraturas (Geologia) Tese. Fraturamento natural - Caracterização. Estruturas tectônicas - Campo de Xaréu (CE). Features (Geology). Reservoirs. Tectonic structures. Reservatórios não-aflorantes. O campo de Xaréu, localizado na porção centro-meridional da Sub-Bacia de Mundaú (leste da Bacia do Ceará), é caracterizado por um arranjo principal de falhas de direção NW-SE que mergulham, mormente, para NE. As falhas do Campo, dentre as quais se destaca a Falha de Xaréu, se estruturam segundo um leque lístrico distensional enraizado ao longo de uma superflcie de detachment que corresponde à Falha de Mundaú, borda SW da sub-bacia homônima. Durante a evolução tectono-estrutural do Campo de Xaréu e da Sub-Bacia de Mundaú, a Falha de Mundaú representou um papel determinante no controle da geometria de ambos os compartimentos. A unidade carbonática principal do Campo de Xaréu, lormalmente denominada de Membro Trairi (Neo-Aptiano a Eoalbiano da Formação Paracuru), detém o maior volume de petróleo no Campo, que está concentrado em acumulações estruturalmente controladas. O Membro é composto por uma variedade de rochas carbonáticas (calcilutitos maciços, acamadados ou laminados, ostracoditos, calcarenitos e ruditos carbonáticos, todos apresentando variados graus de dolomnização) intercaladas em pacotes espessos de folhelhos negros e margas, além de apresentar, localmente, níveis de conglomerados siliciclásticos, arenitos, sinitos e argilitos. A associação espacial e as relações genéticas entre as unidades carbonáticas e siliciclásticas permite agrupá-las em três associações de litolácies (Planície Marginal, Rampa e Fundo Lacustre) que, em conjunto, tiveram sua origem a partir de um sistema lacustre com sabkha marginal associada. Estudos estruturais realizados em testemunhos de sondagem#$&que amostram o Membro Trairí no Campo de Xaréu permitiram caracterizar duas gerações de estruturas em escala meso a microscópica: o conjunto referido como D1 apresenta, em parte, um típico caráter hidroplástico, caracterizado por cisalhamentos intra e interestratais e zonas de cisalhamento obliquas ao acamamento, o que permite inferir que tais estruturas tenham sido formadas ainda em uma etapa precoce da litificação das rochas do Membro Trairí, implicando em uma provável idade eocretácea. Outras estruturas, de igual cinemática, são caracteristicamente frágeis e tardias. Um segundo conjunto de estruturas identificado nos testemunhos, nomeadas D2 e atribuídas ao Neógeno, apresentam um caráter estritamente frágil, sendo tipificadas por falhas normais e slickenlínes contendo fibras de argilominerais recristalizados oom orientações muito variadas. Embora as falhas presentes no Campo de Xaréu (e, por conseguinte, na Sub-Bacia de Mundaú) sejam classicamente referidas como estruturas de rejeito essencialmente normal a análise cinemática das estruturas meso e microscópicas D1 observadas nos testemunhos de sondagem, permite definir que as falhas apresentam, de fato, deslocamentos oblíquos (normal com uma componente de rejeno lateral dextral, subordinada), indicando um sentido principal de transporte tectônico para ENE. Estes movimentos oblíquos seriam a resposta à instalação de um contexto transtracional na Sub-Bacia de Mundaú, por sua vez reflexo da tectônica transcorrente/translormante de abertura da Margem#$&Equatorial Atlântica. Do balanceamento de quatro seções estruturais do Campo de Xaréu foi observado que a Falha de Mundaú loi responsável por mais de 50% de todo o estiramento registrado a partir do Eoaptiano. Entre os estágios iniciais do 'rifteamento', no Eoaptiano, e o Recente, a Sub-Bacia de Mundaú (e conseqüentemente o Campo de Xaréu) experimentou um estiramento total (fator ß) compreendido entre 1,21 e 1,23, ou seja, a crosta neste segmento da Margem Equatorial Atlântica solreu uma elongação pouco superior a 20%. Apartir de estimativas de sentidos de transporte obliquos relacionados às falhas, foi possível construir diagramas que permitem determinar fatores de estiramentos relacionados a estes deslocamentos. Utilizando estes diagramas e assumindo o sentido de transporte tectônico predominante para ENE, indicado a partir das estruturas D1 nos testemunhos, foi possível calcular os fatores de estiramento reais relacionados ao movimento oblíquo das falhas na Sub-Bacia de Mundaú, chegando-se, então, a valores compreendidos entre 1,28 e 1,42. Em adição ao estudo tectono-estrutural concentrado no Campo de Xaréu, a interpretação de produtos espaciais de sensores remotos aliada, principalmente, à caracterização de análogos de terreno, localizados em áreas selecionadas ao longo da porção setentrional do Estado do Ceará (margens continentais das bacias do Ceará e Potiguar), complementaram o conhecimento e o entendimento quanto à evolução tectono-estrutural do Campo. Os trabalhos de levantamento de campo loram particularmente eficazes no reconhecimento e mapeamento, em escala de semidetalhe, de várias gerações de estruturas#$&originadas sob regime frágil. Todas as informações obtidas (no Campo de Xaréu e dos dados de sensores remotos e estudo de análogos de terreno) foram interpretadas conjuntamente, culminando com a proposição de um modelo evolutivo para este segmento da Margem Equatorial Atlântica em que a área de estudo está encaixada, que também pode ser ampliado para a Margem como um todo. Sendo assim, ficou caracterizado que este segmento da Margem Equatorial experimentou uma deformação em regime transcorrente/transtrativo dextral de direção E-W (considerando a posição atual da Placa Sul-Americana) atuante, pelo menos, a partir do Eoaptiano, o qual deixou seu registro em diversos afloramentos ao longo da porção setentrional do Estado do Ceará e no próprio Campo de Xaréu. Apartir do Albiano, a continuidade deste regime tectônico levou à separação definitiva entre as placas Sul-Americana e Americana, com a formação de litosfera oceânica entre os dois blocos continentais, graças á instalação de dorsais oceânicas e a conseqüente transição de um regime essencialmente transcorrente para um regime translormante ao longo das zonas de fraturas oceânicas E-W, originando assim o Oceano Atlântico Equatorial. Com a separação entre as placas Sul-Americana e Americana já completada e o contínuo distanciamento entre elas, outros mecanismos tectônicos passaram a atuar no decorrer do Cenozóico (embora existam indícios de que o regime tectônico iniciado no Cretáceo tenha continuado até o Neógeno), a exemplo de um regime compressivo E-W operante desde final do Cretáceo (relacionado à expansão do assoalho oceânico ao#$&longo da Dorsal Mesoatlântica, somada à compressão da Cadeia Andina) e de um estado de expansão geral na superfície horizontal devido ao soerguimento termicamente ativado da porção central da Província Borborema, efetivo no Neógeno. superposição de eventos cenozóicos na Placa Sul-Americana levou à impressão de um quadro tectônico complexo que, aparentemente, influência na migração e armadilhamento de hidrocarbonetos na Bacia do Ceará.#$&The Xaréu Oil Field, located in the center-southern portion of the Mundaú Sub-Basin (eastern portion of the Ceará Basin), is characterized by a main Iramework of NW-trending and NE-dipping faults. The faults in the Xaréu Oil Field, among which the Xaréu Fautt stands out, are arranged according to an extensional-listriclan, rooted on a detachment surface corresponding to the Mundaú Fault, the border fautt of Mundaú Sub-Basin. During the tectonic-structural evolution of the Xaréu Oil Field and the Mundaú Sub-Basin, the Mundaú Fault played a crucial role on the control of the geometry of both compartments. The main carbonatic unit in the Xaréu Oil Field, named the Trairí Member(Paracuru Formation of Late Aptian to Early Albian age), contains the largest oil volume in the field, concentrated in structurally-controlled accumulations. The Trairí Member is composed by a variety of carbonatic rocks (massive, bedded or laminated calcilutites, ostracodites, calcarenites and carbonatic rudites, all of them presenting variable degrees of dolomitization). The carbonatic rocks are interbedded into thick packages of black shales and marls, besides local beds of siliciclastic conglomerates, sandstones, siltnes and argillites. From the spatial association and the genetic relationships between the carbonatic and siliciclastic units, it is possible to group them in three lithofacies associations (Marginal Plain, Ramp and Lacustrine Interior) that, together, were developed in a lacustrine system associated to a marginal sabkha. Structural studies based on drill cores#$&that sample the Trairí Member in the Xaréu Oil Field allowed to characterize two generations of meso- to microscale structures: the D1 group presents a typical hydroplastic character, being characterized by intra/interstratal to oblique-bedding shear zones. The hydroplastic character related to these structures allowed to infer their development at an early-lithilication stage of the Trairí Member, leading to infer an Early Cretaceous age to them. The second group of structures identified in the drill cores, nominated D2 and ascribed to a Neogene age, presents a strictly brttle character, being typilied by normal faults and slickenfibers of re-crystallized clayminerals, ali olthem displaying variable orientations. Although the present faults in the Xaréu Oil Field (and, consequently, in the Mundaú Sub-Basin) were classically relerred as struetures of essentially normal displacement, the kinematics analysis of the meso-to microscaie D1 struetures in the drill cores led to deline oblique displacements (normal with a clockwise strike-slip component) to these faults, indicating a main tectonic transport to ENE. These oblique movements would be responsible for the installation of a transtensive context in the Mundaú Sub-Basin, as part of the transcurrent to translormant opening of the Atlantic Equatorial Margin. The balancing of four struetural cross-sections ofthe Xaréu Oil Field indicates that the Mundaú Fault was responsible for more than 50% of the total stretching (ß factor) registered during the Early Aptian. At the initial stages of the "rifting", during Early Aptian#$&until the Holocene, the Mundaú Sub-Basin (and consequently the Xaréu Oil Fleld) accumulated a total stretching between 1.21 and 1.23; in other words, the crust in this segment of the Atlantic Equatorial Margin was subjeeted to an elongation of about 20%. From estimates of oblique displacements related to the faults, it ws possible to construct diagrams that allow the determination of stretching factors related to these displacements. Using these diagrams and assuming the sense 01 dominant teetonictransport towards ENE, it was possible to calculate the real stretching lactors related to the oblique movement 0 of the faults in the Mundaú Sub-Basin. which reached actual values between 1.28 and 1.42. ln addnion to the tectonic-structural studies in the Xaréu Oil Field, the interpretation of remote sensing products, coupled wnh characterization of terrain analogues in seleeted areas along the northern Ceará State (continental margins of the Ceará and Potiguar basins), provided addnional data and constraints about the teetonic-structural evolution of the oil lield. The work at the analogue sites was particularly effective in the recognition and mapping, in semidetail scale, several generations of struetures originated under a brittle regime. Ali the obtained information (from the Xaréu Oil Field, the remote sensor data and the terrain analogues) were jointly interpreted, culminating with the proposnion of an evolutionary model lor this segment of the Atlantic Equatorial Margin; this model that can be applied to the whole Margin, as well. This segmentof the Atlantic Equatorial Margin was delormed#$&in an early E-W (when considered lhe present-day position of the South American Plate) transcurrent to transform regime with dextral kinematics, started Irom, at least, the Early Aptian, which left its record in several outcrops along the continental margin of the Ceará State and specilically in the Xaréu off Field. The continuous operation of the regime, through the Albian and later periods, led to the definitive separation between the South American and African plates, with the formation of oceanic lithosphere between the two continental blocks, due to the emplacement off spreading centers. This process involved the subsequent transition of the transcurrent to a translorm dextral regime, creating lhe Equatorial Atlantic Oceano With the separation between the South American and African plates already completed and the increasing separation between lhe continental masses, other tecton ic mechanisms began to act during the Cenozoic (even though the Cretaceous tectonic regime lasted until the Neogene), like an E-W compressive stress líeld (related to the spreading olthe oceanic floor along lhe M id-Atlantic Ridge and to the compression of the Andean Chain) effective Irom the Late Cretaceous, and a state of general extension olthe horizontal surface (due to the thermal uplift ofthe central portion of Borborema Province), effective during the Neogene. The overlap of these mechanisms during the Cenozoic led to the imprint of a complex tectonic framework, which apparently influenced the migration and entrapment 01 hydrocarbon in the Ceará Basin. 2 2022-10-05T12:23:15Z 2022-10-05T12:23:15Z 2004. Tese 551.243 A636e TESE 59189 https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/18351/1/AlexFA_TESE.pdf https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/18351/1/AlexFA_TESE.pdf