As origens históricas do Zaratustra Nietzscheano : o espelho de Zaratustra, a correção do "mais fatal dos erros" e a superação da "morte de Deus"/

A partir de um atento exame das relações do Zoroastrismo com a tradição ocidental, bem como a partir de uma detalhada e crítica leitura da obra nietzscheana, este trabalho pretende mostrar o que o personagem "Zaratustra", de seus discursos e pensamentos poético-filosóficos e passagens corr...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Fernandes, Edrisi de Araújo., Bonaccini, Juan Adolfo., Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Formato: Dissertação
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Endereço do item:https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/16487/1/EdrisiAF.pdf
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Resumo:A partir de um atento exame das relações do Zoroastrismo com a tradição ocidental, bem como a partir de uma detalhada e crítica leitura da obra nietzscheana, este trabalho pretende mostrar o que o personagem "Zaratustra", de seus discursos e pensamentos poético-filosóficos e passagens correlatas de diversas obras de Nietzsche, espelham enquanto representações de uma filosofia que colhe, direta ou indiretamente, contribuições da tradição zoroastriana ou das suas derivações (na tradição judaico-greco-cristã, e ademais em toda a tradição filosófica ocidental). Municiada com essas contribuições, e com a interpretação que delas se faz, a filosofia nietzscheana questiona toda a tradição de pensamento do Ocidente, propondo a sua substituição por uma nova atitude diante da vida. Esse trabalho pretende mostrar também de que maneira a constituição do Zaratustra nietzscheano ganhou corpo, nos escritos do filósofo alemão, junto com a idéia de fazer, de um personagem#$&homônimo do antigo profeta iraniano (Zaratustra ou Zoroastro, o fundador do Zoroastrismo), o arauto daquele importante texto que pretendeu "levar a língua alemã à [sua] máxima perfeição", enfeixando e levando a um climax profético-poético condizente com o "sentido da terra" as idéais-chave de Nietzche sobre a correção do "mais fatal dos erros" e sobre a "morte de Deus". Procedeu-se a uma minuciosa investigação de razões e modos de a constituição do Zaratustra nietzscheano ter se espelhado no seu homônimo iraniano (seções 1.1 a 1.6) e um levantamento da obra nieztscheana sugeriu inquestionáveis relações com a tradição zoroastriana, no mais das vezes através das repercussões desta. Essas relações foram contextualizadas, em diversas instâncias (seções 2.1 a 2.3.2), no âmbito do "mais fatal dos erros", "a criação da moral" na ocasião mesma de sua transposição para o plano metafísico (Ecce Homo, "Por que sou um destino", 3). Mediante uma avaliação das possíveis circunstâncias e repercussões da "morte de Deus", as relações da obra nietzscheana com a tradição zoroastriana foram investigadas (seções 3.1 a 3.7), permitindo a compreensão desse acontecimento como componente essencial e trágico desenlace da correção do "mais fatal dos erros".#$&Abstract:Through a careful exarmination of the relationship between Zoroastrianism and the Western tradition, and a detailed and critical reading of the writings of Nietzsche, this work aims at showing to what extent the character "Zarathustra", his discourses and pocticalphilosophical thoughts, and related passages from many distinct Nietzschean works, directly or undirectly retlect a philosophy that harvests contributions fram the Zoroastrian tradition or its headways (in the Judeo-Greco-Christian tradition, and furthermore in thc whole Western philosophical tradition). Supplied with this provisions, and with the interpretation cast upon them, Nietzschean philosophy questions the ent ire Western tradition af thollght, and proposes its replacement by a new attitude towards li fe. This work also intends to show the way the Nietzschean Zarathustra was built up, in the writ ings of the Gerrnan philosopher, together with the idca of making; out of the namesake character of the ancient Iranian prophet (Zarathushtra or Zoroaster, the founder of Zoroastrianism), the herald of that important text that intended to "bring the German language to its highest perfection", c1umping together, and leading to a prophetic-poetic climax consonant with thc "meaning of the Earth", Nietzsche's key ideas about the rectitication of the "most tàtal of#$&errors" and abollt the "death of God". An elaborate investigation has been pursued aner the reasons and manners of the building up of Nietzsche's Zarathustra mirroring its Iranian namesake (sections 1.1 to 1.6), and a survey of the works of Nietzsche has suggested unquestionable relations with the Zoroastrian tradition, mostly through the Jewish, Greek or Christian repercussions of this tradition. These relations have been put in context, in many framings (sections 2.1 to 2.3.2), in the ambit of the "most fatal of errors" - the - "creation of morais" in the very occasion of its transposition to metaphysics (Ecce Homo, "Why I am a destiny", 3). Through an evaluation of the possible circumstances and repercussions of the "death of God", the relations between Nietzsche's writings and Zoroastrian tradition have been investigated (sections 3.1 to 3.7), allowing the understanding of this event as an essential component, and tragic outcome, of the rectification of the "most fatal of errors".