Mitos enredados

Não sei nem quando começou, nem o porquê. Um dia, me vi lendo e desenhando esses mitos aqui apresentados. Fui tentando talhá-los como um escultor à procura da forma. Inicialmente, tentei compreendê-los através das narrativas que cada um carrega. Entretanto, fui levada pela magia da forma, pela expre...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Almeida, Ângela
Formato: Digital
Publicado em:
Endereço do item:https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/29839/1/Mitos_enredados.pdf
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Descrição
Resumo:Não sei nem quando começou, nem o porquê. Um dia, me vi lendo e desenhando esses mitos aqui apresentados. Fui tentando talhá-los como um escultor à procura da forma. Inicialmente, tentei compreendê-los através das narrativas que cada um carrega. Entretanto, fui levada pela magia da forma, pela expressão plástica que despertam em mim. Assim, aventurei-me nesse processo atraída pelas afinidades imprevistas. Até porque, a princípio, os mitos não têm uma narrativa única, um autor apenas. As narrativas vão se modificando a partir de onde eles os mitos pousam, e dos povos que os narram. Por isso, a forma que eles assumem torna-se híbrida, assim como o percurso de acompanhá-los é sempre incompleto, bifurcado, sem a preocupação de um ponto de partida ou de chegada. Não há uma adequação ao princípio cartesiano, uma vez que eles não estão sempre iguais, mesmo mantendo uma precisão. Neste livro, essa viagem sobre/com os mitos está dividida em quatro partes. Nas três primeiras, apoiei-me nos autores Jorge Luis Borges, Claude Lévi-Strauss e Luís da Câmara Cascudo, e suas respectivas obras: O livro dos seres imaginários, O cru e o cozido: Mitológicas 1 e Geografia dos mitos brasileiros. A quarta e última parte tem como ponto de partida o trabalho do fotógrafo Boris Kossoy. Não quero afirmar que ele tenha publicado sobre o tema, porém, algumas de suas fotografias levaram-me a pensar sobre suas representações fantasiosas. Dessa forma, realizei um ensaio fotográfico sustentado nesse percurso imaginativo. Acredito que não se passa por essas referências Borges, Lévi-Strauss, Cascudo e Kossoy de modo despretensioso. Foi quase obsessão temporária. Por isso, desconfio de que os mitos aqui escolhidos não vão, precisamente, se comunicar de maneira alegre ou frívola com o leitor. Não estarão disponíveis para uma fruição estética prazerosa. É possível que eles exijam de nós um convívio desassossegado, marcado por uma inquietação que aquece e arrefece. Mesmo assim, talvez seja possível deambular com eles.