Modalização autonímica : um estudo de utilização e apropriação do discurso sobre os conceitos de variação e de mudança na escrita de dissertações de mestrado - 1970 a 2011 /

Esta pesquisa parte de reflexões desenvolvidas no interior do Grupo de Pesquisa do Texto e do Discurso GETED do Departamento de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e insere-se no campo da Teoria da Enunciação. Refletimos sobre a produção escrita no ensino superior, mais es...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Alves, Elza Maria Silva de Araújo., Campos, Sulemi Fabiano., Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Formato: Dissertação
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Endereço do item:https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/16333/1/ElzaMSAA_DISSERT.pdf
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Descrição
Resumo:Esta pesquisa parte de reflexões desenvolvidas no interior do Grupo de Pesquisa do Texto e do Discurso GETED do Departamento de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e insere-se no campo da Teoria da Enunciação. Refletimos sobre a produção escrita no ensino superior, mais especificamente, tomando como objeto de análise as formas reflexivas da língua utilizadas na escrita de dissertações de mestrado. Centramos este estudo nos pressupostos teóricos de Authier-Revuz (1998, 2004), no que se refere à heterogeneidade enunciativa e nos seus exteriores teóricos. Nesse sentido, fizemos um recorte no corpus, inicialmente constituído por 8 (oito) dissertações de mestrado e selecionamos 4 (quatro) defendidas nos anos de 1979, 1989, 2000 e 2011, para representar o que pretendemos analisar. Essas dissertações foram selecionadas do acervo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas USP e dos programas de Pós-Graduação, disponíveis no Portal Domínio Público CAPES. Nosso intuito é analisar marcas da modalização autonímica na utilização e apropriação do discurso outro sobre os conceitos de variação e de mudança na escrita dos pesquisadores em formação. Para tanto, empregamos o termo utilização com o sentido de fazer uso do discurso do outro na escrita do trabalho de pesquisa e relacionamos ao conjunto de formas marcadas, que tem na cadeia discursiva um estatuto outro que justifica a autonímia. Já o termo apropriação , usamos com o sentido de tomar como seu, uma vez que no processo de modalização do discurso, o enunciador se vale de palavras porosas, ou seja, palavras que aparecem no discurso de um, carregadas do discurso do outro. Buscamos responder à seguinte questão: quais as marcas de utilização e de apropriação do discurso do outro na escrita do pesquisador em formação? Dessa forma, temos como objetivos: a) verificar, no corpus selecionado, como o discurso sobre os conceitos de variação e de mudança são utilizados na escrita das quatro dissertações já mencionadas; b) analisar como o pesquisador em formação mostra, em sua escrita, os diferentes modos de se apropriar desses conceitos. Por meio da análise, foi possível observar que quando o pesquisador se utiliza dos conceitos, a escrita se apresenta marcada por estratégias linguísticas que demonstram o discurso do pesquisador se constituindo a partir da teoria e do objeto investigado. E, na apropriação, esse processo se apresenta de duas formas: como processo dialógico e como processo reflexivo. No primeiro, tem-se a constituição do discurso do pesquisador se realizando, como forma de diálogo entre os interlocutores, e no segundo como forma de reflexão, realizada por meio de um comentário, de uma metaenunciação . Nessa última, o pesquisador pode ou não transmudar seu discurso. Acreditamos, portanto, haver três processos de escrita: aquela traduz algo já dito, aquela que experimenta algo já dito e aquela que transmuda - que produz um novo, que cria, que inventaria.#$&This research is part of reflections developed within the research group of Text and Discourse of the Department of Arts of the Federal University of the Rio Grande do Norte. It inserts itself in the field of theory of Enunciation. We reflect on written production in higher educa-tion, more specifically taking as object of analysis the reflexive forms of the language used in writing dissertations. We focus the study on theoretical assumptions of Authier-Revuz (1998, 2004), as regards the heterogeneity and may include, in their theoretical exteriors (the concept of dialogism and the polyphonic discourse, proposed by Bakhtin, the subject of cleaved by the unconscious subject built by Psychoanalysis; and INTERDISCOURSE, concept proposed by Pêcheux). In this sense, we made a cut out in the corpus, initially consisting of eight disserta-tions, and selected four, defended in 1979, 1989, 2000 and 2011, to represent what we want to analyse. These dissertations were be selected from the collection of the Faculty of philosophy, letters and human sciences USP and graduate programs available in the public domain Portal CAPES. Our aim is to analyse marks of "modalização autonímica" in the use and ap-propriation of another's speech about the concepts of variation and change in the writing of researchers in training. We seek to answer the following question: what are the marks of use and appropriation of another's speech in the writing of the researcher-in-training? Thus, we have as objectives:) check in the selected corpus, as the discourse on the concepts of change and change is used in the writing of the four dissertations mentioned; b) parse as trainee re-searcher shows, in his writing, the different ways to take ownership of these concepts. Through the analysis, it was possible to observe that, when the researcher uses the concepts, the writing is marking by linguistic strategies that demonstrate the speech being from the the-ory and the investigated object. And, in the appropriation, this process presents itself in two ways: as Dialogic process and as a reflective. In the first case, the Constitution of the re-searcher's speech takes place in the form of dialogue between the parties. In the second, in the form of reflection, accomplished through a proposed comment, a "metaenunciação". At last, the researcher may or may not transform his speech. We believe, therefore, there are three processes of writing: one that translates something already said, experiencing something al-ready said and that that transform which produces a new establishing that invent.