Não há você sem mim : história de mulheres sobreviventes de uma tentativa de homicídio /

O homicídio seguido de suicídio (H/S) tem sido definido como um impactante crime em que uma pessoa tira a vida de outra e depois se mata em até 24 horas. Configura-se como uma violência de gênero, pois os homens são, em maioria, os assassinos e as mulheres, vítimas. Este trabalho tem como objetivo c...

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Detalhes bibliográficos
Principais autores: Azevedo, Ana Karina Silva., Dutra, Elza Maria do Socorro., Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Formato: Tese
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Endereço do item:https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/17399/1/AnaKSA_TESE.pdf
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Descrição
Resumo:O homicídio seguido de suicídio (H/S) tem sido definido como um impactante crime em que uma pessoa tira a vida de outra e depois se mata em até 24 horas. Configura-se como uma violência de gênero, pois os homens são, em maioria, os assassinos e as mulheres, vítimas. Este trabalho tem como objetivo compreender os sentidos da experiência de um H/S, a partir de mulheres que sobreviveram a este ato. Tal estudo configura-se como uma pesquisa fenomenológica-hermenêutica, baseada na ontologia heideggeriana. Foram entrevistadas três sobreviventes de H/S, cujas narrativas permitiram nos aproximarmos dos sentidos presentes nas suas existências. Os depoimentos foram transcritos e interpretados de acordo com o círculo hermenêutico, tal como proposto por Martin Heidegger. A partir das entrevistas das participantes da pesquisa percebemos que tais mulheres construíram sentidos em suas existências, representados no alicerce familiar e pela presença de um marido e de filhos. Projeto este que movia as suas vidas em direção à construção de modos-de-ser. Percebemos a presença da historicidade construindo sentidos para a existência dessas mulheres. Constatamos relatos de uma vivência de relações amorosas caracterizadas por forte ciúme, com a presença de fantasias de traição, e marcadas por um cuidado na relação afetiva que as colocava na posição de objeto de posse dos seus companheiros. Refletimos que tal modo de cuidar restringia a sua existência a ser-para-o-marido. Assim, os sentidos que moviam as suas existências, os quais destinavam os seus caminhos existenciais, era a constituição de uma família, de uma referência para suas vidas, de viverem um amor, e cuidado para com os filhos. Portanto, muito além dos aspectos já conhecidos em estudos sobre a violência contra a mulher, o que fazia essas mulheres continuarem a escolher essa relação era o sentido que elas tinham para a sua existência. Espera-se que este estudo contribua para a construção de um novo olhar acerca da violência contra mulher, tendo como fundamento a fenomenologia hermenêutica heideggeriana. #$&The murder-suicide (H / S) has been defined as a shocking crime in which a person takes the life of another and then kills himself within 24 hours. Set up as a gender violence, because men are in majority, the killers and the women victims. This study aims to understand the meanings of the experience of a H / S, from women who have survived this act. This study sets up as a hermeneutic phenomenological research, based on Heidegger`s ontology. We interviewed three survivors of H / S, whose narratives allowed to approach the senses present in their lives. The interviews were transcribed and interpreted in accordance with the hermeneutic circle, as proposed by Martin Heidegger. From the interviews of research participants perceive that these women have built their senses in stocks, represented the family foundation and the presence of a husband and children. This project that moved their lives toward the construction of modes-of-being. We noticed the presence of historicity constructing meanings for the existence of these women. We found reports of an experience of loving relationships characterized by strong jealousy, with the presence of fantasies of betrayal, and marked by a careful affective relationship that put them in the position of object possession of his companions. Reflect that such caring restricted their existence being-for-husband. So the senses that moved their stocks, which aimed his ways existential, was the creation of a family, a reference to their lives, to live a love, and care for the children. Therefore, beyond the already known aspects in studies on violence against women, which made these women continue to choose this relationship was the sense that they had for their existence. It is hoped that this study will contribute to the construction of a new look on violence against women, taking as a basis the Heideggerian hermeneutic phenomenology.