Padrões de coexistência e utilização do hábitat por duas espécies de Herpsilochmus (Aves: Thamnophilidae)/

Resumo: Como espécies similares ecologicamente são capazes de coexistir sempre gerou grande interesse na comunidade científica. A teoria clássica de nicho prevê que para que a coexistência seja possível as espécies devem segregar em alguma dimensão do nicho ecológico, portanto levando a diferenciaçã...

ver descrição completa

Na minha lista:
Detalhes bibliográficos
Principais autores: França, Karol Lyncoln Bezerra de Oliveira de., Costa, Gabriel Correia., Pichorim, Mauro., Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Formato: Dissertação
Publicado em:
Assuntos:
Endereço do item:http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/handle/123456789/14041
Tags: Adicionar Tag
Sem tags, seja o primeiro a adicionar uma tag!
Descrição
Resumo:Resumo: Como espécies similares ecologicamente são capazes de coexistir sempre gerou grande interesse na comunidade científica. A teoria clássica de nicho prevê que para que a coexistência seja possível as espécies devem segregar em alguma dimensão do nicho ecológico, portanto levando a diferenciação entre as espécies. No entanto, trabalhos recentes tem demonstrado que justamente espécies mais similares em algumas características ecológicas seriam mais capazes de coexistir (filtro ambiental). O conhecimento de como essas forças atuam nas comunidades pode revelar estratégias de coexistência, trazendo importantes informações para o manejo e conservação das espécies. Neste estudo testei essas hipóteses de coexistência utilizando o par de espécies Herpsilochmus pectoralis e H. sellowi. Para isso utilizei modelos de nicho ecológico em alta resolução (50 x50 m).Identifiquei quais os fatores ambientais estudados melhor predizem a ocorrência das espécies. Em seguida, calculei a sobreposição no uso de hábitat pelas espécies e construí modelos nulos para testar a hipótese de segregação de nicho espacial. Ainda, calculei parâmetros de seletividade do uso do hábitat para testar se a espécie H. pectoralis (espécie de maior tamanho de corpo) é menos seletiva que o H. sellowi (espécie de menor tamanho de corpo) como previsto na literatura para outras espécies.Os resultados rejeitam a equivalência ecológica entre as espécies, revelando que as espécies de Herpsilochmus exploram o habitat de forma diferenciada, possuindo nichos ambientais distintos. A hipótese de filtro ambiental não foi evidenciada em nossas análises, sendo a sobreposição no uso do hábitat observada entre as espécies menor do que o esperado ao acaso. Evidências de que os Herpsilochmus estão segregando espacialmente reforça a hipótese da competição interespecífica como força predominante na seleção de microhábitat das espécies. No entanto, para afirmar categoricamente que o padrão observado é efeito de uma competição atual ou passada experimentos futuros são sugeridos.#$&Abstract: How ecologically similar species are able to coexist has always generated great interest in the scientific community. Classical niche theory predicts that species coexistence is only possible when they segregate in at least one dimension of the ecological niche, thus leading to ecological differentiation among species. However, recent work has shown that species that are more similar in some ecological traits are the ones more prone to be able to coexist (environmental filter). The knowledge of how these forces act shaping ecological communities can reveal co-existence strategies, providing important information for management and conservation of the species. This study tested these hypotheses using a pair of coexisting species of Herpsilochmus, H. pectoralis and H. sellowi. In this study I use high resolution (50 x 50 m) ecological niche models to Identify which environmental factors best predict species occurrence. Next, I calculate the overlap in habitat use by species and build null models to test the hypothesis of spatial niche segregation. In addition, I obtain the selectivity parameters of habitat use to test whether the species H. pectoralis (larger body size) is less selective than H. sellowi (smaller body size) as stated in the literature for other species. The results reject the ecological equivalence among species, revealing that the species of Herpsilochmus explore the habitat differently, having different environmental niches. The hypothesis of environmental filter was not observed in my analysis, the observed overlap in habitat use among species was lower than expected by chance. Evidence that Herpsilochmus are spatially segregating reinforces the hypothesis of interspecific competition as the predominant force in the selection of microhabitat of the species. However, more data and experiments are necessary to state categorically that the observed pattern is a result of current or past competition.